Adriana Marinelli
Goiânia - Marcada por atrasos e responsável por provocar uma série de transtornos à população, a obra do BRT (Bus Rapid Transit) Norte-Sul na região da Praça Cívica, em Goiânia, já dura 26 meses. Conduzidos pela prefeitura da capital, os trabalhos seguem em ritmo lento, com poucos operários na ativa. Mesmo diante desse cenário, uma nova data foi estabelecida pela gestão municipal para entrega total da obra: 31 de outubro.
"A gente nem acredita mais. Cada mês é uma data nova. Já virou piada isso aqui", comenta a vendedora Lúcia Amorim, que trabalha em uma loja localizada na Avenida Goiás e que passa diariamente na região da Praça Cívica. "Essa demora é absurda, ainda mais em um lugar como esse, tão perto do Palácio das Esmeraldas e do Centro Administrativo", completa ao citar a proximidade com a sede do governo do Estado.
(Fotos: Letícia Coqueiro/A Redação)
A morosidade da obra tem revoltado, inclusive, o governador do Estado, Ronaldo Caiado. É isso que afirmam pessoas ligadas ao chefe do Executivo estadual. Caiado já teria levado sua insatisfação ao prefeito da capital, Rogério Cruz. No dia 24 de julho de 2021, a Prefeitura de Goiânia interditou o anel interno da Rua 82, que contorna a Praça Cívica, e deu início às obras do eixo BRT Norte-Sul no local. A previsão inicial era que os trabalhos fossem concluídos naquele mesmo ano, mas a realidade foi uma série de adiamentos, o que acabou impactando, entre outros pontos, a rotina de comerciantes da região.
William Pereira, que trabalha na região há mais de 30 anos, é um dos comerciantes impactados e revoltados com a situação. Para ele, o sentimento é de que os serviços estão "abandonados”. "Não consigo acreditar que este BRT irá, de fato, funcionar. Nós que somos comerciantes sentimos muito o enfraquecimento das vendas devido a estes serviços que, aparentemente, não têm data para serem finalizados", lamenta.