Augusto Diniz e Théo Mariano
Goiânia – Ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira considerou a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de
não seguir a lista tríplice eleita pelos membros da UFG como um “desrespeito muito grande à autonomia universitária”. Em entrevista ao jornal
A Redação nesta terça-feira (11/1), o ex-reitor ressaltou que a tradição de nomear o candidato com mais votos dentro da lista existe desde 1986. “É a primeira vez que isso [indicação de outro nome] acontece.”
A Universidade Federal de Goiás vai realizar hoje, às 16h, uma coletiva de imprensa para tratar sobre o tema. Na visão de Edward Madureira, a reitora nomeada Angelita de Lima, diretora da Faculdade de Informação e Comunicação da UFG e terceiro nome da lista tríplice, deve aceitar o cargo máximo dentro da instituição de ensino. “A gente não avalia a possibilidade da pessoa indicada não aceitar [a nomeação]. Abriria um espaço de uma instabilidade muito grande”, acrescentou o ex-reitor.
Na consulta pública realizada pela UFG, a reitora atualmente em exercício Sandramara Matias Chaves, que era vice-reitora da universidade durante a gestão de Madureira, foi escolhida pela maioria para ocupar a vaga. Ao
AR,
Sandramara disse que foi “decepcionante” a decisão do presidente Bolsonaro. “Minha vida sempre foi dedicada à UFG”, declarou ao jornal. A reitora em exercício recebeu 3.629 votos na consulta pública para escolha do próximo reitor, realizada em junho de 2021.
Madureira destacou que, como reitora em exercício, Sandramara já conduz todo o processo de transição do cargo para diretora nomeada por Bolsonaro, “provavelmente em diálogo com a professora Angelita”. “É uma decisão que não é ilegal, inclusive se tem entendimento do Supremo Tribunal Federal nessa direção. Mas, sem dúvida, é um desrespeito a todo o processo de construção dos nomes dos dirigentes da instituição”, afirmou o ex-reitor.
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