José Abrão
Goiânia – O agronegócio e o setor de desenvolvimento de software se consolidam como os principais polos de inovação em Goiás, segundo o Mapeamento do Ecossistema Goiano de Inovação. O estudo, divulgado nesta terça-feira (9/7) pelo Centro de Excelência em Empreendedorismo Inovador (Hub Goiás), da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), revela um cenário promissor para o estado, impulsionado principalmente pelo crescimento exponencial de startups focadas em inteligência artificial (IA).
Foram identificadas 212 startups, em 19 cidades. Elas estão divididas em 134 segmentos e 54 áreas de atuação. O setor de maior destaque é o AgroTech, com 20,75%. Goiânia apresenta maior número de startups, seguida de Anápolis, Rio Verde e Aparecida. O cenário é composto por 64 comunidades de pessoas engajadas de alguma forma com a inovação, cerca de 18 mil pessoas.
“Para a gente querer crescer, a gente tem que, primeiro, saber onde é que está. Nós temos o mapeamento desses negócios, das instituições de ensino superior que podem apoiar, dos laboratórios, dos ambientes de inovação. Então, se você é um empreendedor inovador, aqui no Hub Goiás é como se fosse o seu Vapt Vupt da inovação. Você vai entrar aqui e vai entender quais são os números e, principalmente, o que você pode fazer para crescer na sua jornada empreendedora”, explica o secretário da ciência, tecnologia e inovação, José Frederico Lyra Netto.
O mapeamento foi desenvolvido ao longo de quatro meses com o objetivo de fornecer dados atualizados sobre o cenário da inovação no Estado e quem são seus principais atores, tendo como principais objetivos fomentar o surgimento e desenvolvimento de startups goianas, apontar caminhos e estratégias para este desenvolvimento e também para informar na tomada de decisão de políticas públicas.
Secretário José Frederico (Foto: José Abrão)
O levantamento mapeou não apenas quais são as startups que atuam em Goiás, onde estão e quais são suas características, mas também ambientes de inovação, como polos agregadores, tal como o Sebrae Goiás, e instituições de formação, como as universidades, os 17 Colégios Tecnológicos (Cotecs) e as cinco Escolas do Futuro. Foram analisadas 140 Instituições de Ensino Superior (IES), 130 são privadas e 10 são públicas. Dessas, nove têm incubadoras.
Goiás conta com 75 empresas inovadoras, das quais 69 localizam-se no centro goiano. As áreas de destaque são software, seguido do agronegócio, e-commerce e indústria. A cidade que tem mais empresas inovadoras é Goiânia (77,33%), com destaque para o setor de software, que representa 64% dessa fatia de mercado.
"Chamou a atenção o número de empresas na área de software, que é um tema que a gente quer investir. Empresas de software que pagam muito bem, porque hoje é onde estão os bons empregos. Então, se Goiás tiver muitas empresas de tecnologia, nós vamos ter bons empregos e bons salários nessa área”, comenta Netto. “Chama tenção também, naturalmente, a quantidade de negócios inovadores ligados ao agro, então Goiás tem tudo para ser referência também no agro inovador”, aponta.
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Outro objetivo, planeja Netto, é que Goiás se torne um polo de empresas de tecnologias. “Com este mapeamento, começamos a ver alguns potenciais. Essa região do Setor Universitário [onde está situado o Hub Goiás], por exemplo, é muito promissora para investimentos em empresas de base tecnológica. Temos aqui grandes universidades e tem o nosso hub”.
Se destacaram também empresas “âncora”, que são empresas de médio e grande porte (em relação ao faturamento) que pertencem a segmentos diversos de serviços e de indústria. Exercem influência em determinada região e podem ser catalisadoras para desenvolvimento econômico, atraindo investimentos econômicos, outras empresas, fornecedores e demais agentes de uma cadeia produtiva.
Em Goiás, foram identificadas 166 empresas âncoras, que estão concentradas nas cidades de Goiânia (35,54%), Aparecida de Goiânia (16,87%), Anápolis (9,04%) e Rio Verde (6,63%). Quanto ao setor de atuação, destacam-se o agronegócio (15%), alimentício (7,23%), bancário (5,42%), mineração (5,42%) e fabricação de biocombustível (4,82%).
O secretário também espera que estas informações encorajem novos empresários a procurar o Hub Goiás. “Se você é uma pessoa que tem uma ideia de um negócio inovador, o Hub Goiás é para você. A gente quer receber essas pessoas para trabalhar aqui de graça, nós temos uma série de programas que entram até com recursos para que floresçam esses negócios inovadores. Isso porque Goiás já é o estado do agro, Goiás já é o estado de grandes indústrias, a gente quer ser o estado também dos negócios inovadores e da inovação”, convida.
O mapeamento pode ser acessado aqui.