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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
Ralph Fiennes em Conclave (Foto: divulgação)Estreia nesta quinta-feira (23), de forma discreta e sem alarde, o longa que tem as chances de abocanhar o Oscar de Melhor Filme na maciota: Conclave, estrelado por Ralph Fiennes e Stanley Tucci. E com uma premissa inesperada, que é a eleição de um papa.
Isso mesmo: a trama gira ao redor do Conclave da Igreja Católica e toda a política e bastidores por trás da eleição da autoridade máxima da religião. Na história, o cardeal Lawrence (Fiennes) é escolhido como decano do conclave, isto é, o responsável pela execução do pleito.
Surpreendentemente, o resultado é um thriller político muito envolvente e que tira proveito máximo da claustrofobia de todo o processo. Para quem não se lembra ou não sabe, para escolher um novo papa, os cardeais passam todo o processo isolado em alguns poucos cômodos e prédios do Vaticano (a votação em si ocorre na Capela Sistina). Um forte esquema de isolamento e segurança é armado ao redor para impedir que qualquer coisa entre, mas também que nada saia.
Esse clima agoniante do claustro é fortalecido por uma forte cenografia, que valoriza as cores sólidas, belas, porém opressivas do Vaticano e da Igreja, junto a uma trilha sonora que faz seu papel com perfeição: estabelecendo as emoções sem interferir com os diálogos.
Por fim, o roteiro é o último trunfo deste filme. Com poucos cenários, acontecimentos e personagens, a trama depende fortemente dos diálogos e seus atores, quase como no teatro. E tanto o texto quanto o elenco entregam o serviço.
A conclusão traz um twist digno de um thriller e que parece ter incomodado muita gente, mas que, na minha visão, passa quase batido: todo o processo do filme é muito mais interessante do que qualquer controvérsia ao redor da revelação final, que achei um tanto sem graça. Mas aí, como a fé, vai da cabeça de cada um.