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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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Coleção de 25 anos de 'The Sims' é exatamente o que você espera

| 07.03.25 - 09:06 Coleção de 25 anos de 'The Sims' é exatamente o que você espera Meu personagem em The Sims
Para os mais jovens, pode ser difícil compreender o fenômeno que The Sims se tornou na época de seu lançamento. Casual, o jogo rompeu preconceitos tradicionais associados aos videogames, ao ponto de ser comum encontrar o jogo base e uma ou duas expansões nas casas das pessoas. Em primeiro lugar, The Sims era um título para PC, lançado em um momento em que ter um computador em casa começava a se tornar mais acessível, acompanhado pela popularização de navegadores de internet e mensageiros instantâneos, como o MSN Messenger. Em segundo lugar, sua proposta de "casa de bonecas virtual" permitia que qualquer pessoa se envolvesse facilmente com a premissa simples de "simulador da vida" que o game trazia.
 
O jogo foi lançado em fevereiro de 2000 e sua sequência, maior e melhor, uma verdadeira revolução, The Sims 2, em setembro de 2004. Juntos, os dois títulos venderam mais de 29 milhões de cópias. É surpreendente saber, porém, que esses dois sucessos passaram mais de uma década “injogáveis” em sistemas modernos. Sem suporte e atualizações, simplesmente não rodavam em sistemas operacionais como o Windows 10 e 11. A comunidade de fãs, enorme, na casa de milhões, ainda tentava dar seu jeito, com mods, reconfigurações e gambiarras para tentar fazer tecnonecromancia. Mas para o jogador comum, se você simplesmente não tivesse um notebook mais velhinho dando sopa em casa, não teria como jogar.

Também dá pra xavecar 

Finalmente, duas décadas e meia depois, os dois jogos estão disponíveis novamente por meio da The Sims Coleção Legacy, na Steam, no EA App e na Epic Store com texturas em alta definição e suporte para resoluções mais altas. O jogo original custa R$ 69 e vem com todas as oito expansões. Já a sequência custa R$ 109 e vem com 18 expansões. Também é possível comprar os dois jogos juntos por R$ 140. Mas vale a pena?
 
A resposta é: depende do que você quer. Em primeiro lugar, é preciso entender que são ports, isto é, não é uma versão remasterizada, nem um remake. Com exceção do tapa que deram nas texturas e o suporte para altas resoluções, estes são os jogos exatamente como eram 25 anos atrás, inclusive com os mesmos bugs daquela época. Lado bom: os códigos e trapaças originais também funcionam, incluindo os de dinheiro infinito, algo que sempre utilizei para encher a minha casa dos objetos mais cafonas que pudesse encontrar.

O fogão pegou fogo. O mordomo riu (Foto: reprodução)
 
Em termos de valores, parece caro pagar R$ 140 por dois jogos antigos, mas é preciso levar algumas coisas em consideração. The Sims 3 não recebe mais conteúdo e apenas o jogo base custa R$ 79, sem expansão. The Sims 4 é gratuito desde 2022, mas possui um conteúdo base muito limitado para promover as suas dezenas de expansões que custam, somadas, mais de R$ 1 mil. Nesses termos, o pacote Legacy oferece muito conteúdo por uma fração do preço.

E devo dizer que ambos os jogos, após passar 15 horas em cada um, continuam muito divertidos para além da nostalgia. Há simplesmente muito o que fazer e o que gostar neles, especialmente em comparação a The Sims 4. O primeiro é o mais simples, mas também o mais desafiador. Apesar dos gráficos datados, o jogo compensa em muito charme e com um humor maravilhoso e que continua no ponto certo.

Ser cafona faz parte da diversão
 

Já os gráficos da sequência envelheceram bem, mantendo-se relativamente próximos dos padrões atuais, graças à sua estética cartunesca. O ponto mais forte do jogo está na variedade e profundidade dos sistemas: até hoje, é o título mais ousado da franquia. Tanto o terceiro quanto o quarto jogo precisaram substituir ou remover conteúdos para acomodar novas funcionalidades. Assim, o segundo jogo foi o que mais ousou e se saiu melhor ao oferecer uma ampla gama de opções de personalização e variedade.

 
A morte veio buscar meu gatinho. O mordomo chorou 
 
Em termos de estabilidade, os jogos também se comportaram bem. No entanto, enfrentei dois problemas técnicos recorrentes em ambos: na primeira vez que abri tanto The Sims quanto The Sims 2, os jogos travaram. Foi preciso reiniciar. Além disso, encontrei o mesmo bug na expansão de férias de cada jogo: os personagens não conseguiam fazer o check-in no hotel, sendo necessário resetar a área para continuar. 
 
Um ponto negativo de The Sims original, porém, não tem relação com bugs: ao rodar o jogo em resolução 4K nativa, a interface de usuário se torna muito pequena e difícil de ler. Nas primeiras horas, precisei ajustar a resolução para 860 x 900 diretamente no Windows para melhorar a legibilidade. Com o tempo, acabei me acostumando e retornei à resolução nativa de 1920 x 1080. Em The Sims 2, esse problema não ocorre da mesma forma: embora a interface também fique menor, o jogo já havia sido desenvolvido para monitores maiores, o que faz com que a diferença não seja significativa a ponto de incomodar.
 
 
Depois o fantasma do gatinho veio visitar 
 
Considerando tudo isso, cabe a você colocar na balança. Na minha experiência, ambos os jogos conseguiram se consolidar, para além da nostalgia, como os melhores da franquia e acho excelente que finalmente novas gerações poderão conhecê-los e que os veteranos poderão jogá-los outra vez. E caso você fique entediado, devo mencionar que segue sendo possível remover a escada da piscina. Entendedores entenderão. 

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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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