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Leonardo  Razuk
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A ferocidade sutil do RVG

| 20.05.21 - 13:54 A ferocidade sutil do RVG (Foto: divulgação)
A Austrália é famosa pelas suas belezas naturais (praias, florestas e desertos), animais exóticos (como o canguru e o ornitorrinco), cidades modernas e suas bandas de rock. AC/DC, Nick Cave & The Bad Seeds, Midnight Oil, INXS, Men at Work, Jet, Silverchair, Wolfmother e Tame Impala estão entre os nomes conhecidos do rock australiano, mas há ainda uma novíssima geração pouco conhecida. O RVG é um dos destaques nessa lista de “novas revelações”.

RVG é a sigla para Romy Vager Group e Romy Vager é a cantora e compositora que lidera essa banda surgida nos subúrbios de Melbourne em 2015. A estreia em disco foi em 2017 com o excelente A Quality of Mercy, mas foi no ano passado, com Feral, que a banda demonstrou amadurecimento e começou a despontar mundialmente.

Com produção de Victor Van Vugt (PJ Harvey, Nick Cave & The Bad Seeds, Beth Orton), Feral foi gravado “ao vivo” no estúdio para manter a crueza e a energia da banda. O som é calcado em guitarras e melodias que lembram o indie e o college rock do R.E.M. e Pixies e o pós-punk britânico dos anos 80 de nomes como The Smiths, Pretenders e Echo & The Bunnymen, com algumas pitadas de Velvet Underground. As letras são cheias de versos pessoais e passionais, metáforas, ironias, dor, desespero e busca por libertação.

Alexandra, a música que abre o disco, já dá esse tom. “Come monday morning / You may find me dead / You may not find my body / But you may find my head / In a motel closet / Or under a motel bed / Oh, this is the life that I lead”, canta (ou confessa?) Romy Vager nessa música que, segundo ela, é sobre a opressão da sociedade e a luta para permanecer vivo e sem medo diante das incertezas. “Uma alegoria para a opressão mais ampla à qual as pessoas marginalizadas estão sujeitas”.

Em outro single do disco, Christian Neurosurgeon, Romy canta sobre um neurocirurgião que, ao abrir a cabeça de um paciente para operá-lo, se depara não só com o “problema”, mas também com “o diabo e a dor que ele colocou em você”. Dor que também aparece e entra em conflito com o amor nos versos de I Used to Love You ou com a esperança e o otimismo em Perfect Day. “Não se preocupe com o que está acontecendo lá fora / Escute-me / É um dia tão perfeito...”

E são essas combinações e contradições nos versos e nos arranjos que fazem de Feral um disco único e saboroso. Timbres que nos levam ao passado, mas soam atuais. Um disco nostálgico e moderno, triste e divertido. Um grito de socorro e um chamado à guerra. Luta e complacência. Um retrato dos tempos atuais, mas que também poderia ter sido feito em décadas passadas. Explosivo, intenso, calmo, feroz e sutil.

Feral no Spotify: 


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