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Leonardo Razuk é jornalista / atendimento@aredacao.com.br

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O verdadeiro hino do Liverpool (e da esperança)

| 12.08.21 - 14:41 O verdadeiro hino do Liverpool (e da esperança) (Foto: Reprodução)

Leonardo Razuk

Goiânia -
Os Beatles nunca tiveram uma relação forte com o futebol, mesmo sendo ingleses e de uma cidade com times tradicionais da Premier League, como o Liverpool e o Everton. Diferentemente de artistas como Elton John (que presidiu o Watford nos anos 70), Rod Stewart (que chegou a jogar no Brentford) ou mesmo Mick Jagger (e seu famoso pé frio) e os irmãos Gallagher (apaixonados pelo Manchester City), os Fab Four eram tão alheios ao mundo da bola que eles nem pensaram em escalar um jogador para a icônica capa do álbum Sgt. Peppers. Albert Stubbins, ídolo dos Reds entre 1946 e 1953, entrou porque os produtores da banda acharam que era importante colocar um futebolista entre as celebridades ali presentes. E foi só. 

No entanto, o Liverpool Football Club tem uma relação bem forte com a música pop. E uma em particular é considerada o grande hino do time, tanto que atualmente o título da música aparece até mesmo no escudo do clube e nos portões do Anfield Stadium. Mas não se trata, claro, de alguma canção dos Beatles. You’ll Never Walk Alone é uma composição de 1945 que os americanos Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II fizeram para seu musical Carousel. 

Com uma letra sobre esperança, superação, sonhos e luta, a música também já foi cantada pela torcida de vários outros times do mundo, como os alemães Bayern de Munique e Borussia Dortmund, o escocês Celtic ou o croata Dinamo Zagreb, mas foi nos Reds que ela ganhou essa maior identificação. Muito por causa da gravação feita por Gerry & The Pacemakers que, assim como os Beatles, eram de Liverpool e também empresariados por Brian Epstein. Com o grupo, You’ll Never Walk Alone alcançou, em 1963, o 1º lugar na parada britânica e ficou nessa posição por quatro semanas consecutivas. Rapidamente foi adotada pela torcida do time e passou a ser cantada durante todos os jogos. 

Gerry Mardsen, líder do grupo, morreu este ano, aos 78 anos. Não descobri se ele torcia para o time (alguém sabe me dizer?), mas talvez depois da proporção que a música tomou, ele tenha passado a torcer. Afinal, no estádio, os versos da canção seguem emocionando todos por lá (e pelo mundo): “Quando você caminhar através de uma tempestade / Mantenha sua cabeça erguida / E não tenha medo da escuridão / No fim da tempestade / Há um céu dourado... Caminhe, caminhe / Com esperança em seu coração/ E você nunca andará sozinho...” 

A gravação de Gerry & The Pacemakers não é a única de You’ll Never Walk Alone. Longe disso! A canção foi também cantada (até bem antes dele) pelos mais diversos artistas pelo mundo e continua sendo. Elvis Presley, Frank Sinatra, Nina Simone, Ray Charles, Judy Garland, Aretha Franklin e Johnny Cash são alguns dos que estão na imensa lista. Se você procurar nas plataformas digitais encontrará muitas dessas maravilhosas gravações.

No ano passado, duas novas vozes se juntaram às milhares que cantam You’ll Never Walk Alone nos estádios e nos estúdios. Lana Del Rey gravou a música para o documentário The End Of The Storm, sobre o Liverpool, e depois lançou a música até em vinil. Já Brittany Howard (do Alamaba Shakes) fez um registro para uma ação promocional do uísque Johnnie Walker, mas a cantora colocou tanta alma e explosão na releitura que virou também mais um single perfeito em sua já rica e deliciosa carreira. 

A música pop e o futebol tem sim uma relação muito forte. Mesmo que os quatro reis do iê, iê, iê não tenham assumido isso outros artistas fizeram e ainda fazem. We are The Champions, do Queen, sempre aparece em comemorações de títulos pela Europa. Recentemente, Seven Nation Army, do White Stripes, também ganhou os estádios. Por aqui, há também várias que ganham versões para as torcidas. Mas com certeza a ligação do Liverpool com You’ll Never Walk Alone está acima de tudo. 

Então, “mesmo acreditando que seus sonhos tenham sido jogados e soprados, caminhe”, e ouça o “doce canto” das novas e das velhas versões desse que não é só o “hino” do Liverpool, mas também da esperança, da fé e da resiliência. 
 
Brittany Howard: 
 
Lana Del Rey: 
 
Gerry & The Pacemakers: 

 
Nina Simone
 
Elvis Presley:

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