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Rodrigo  Hirose
Rodrigo Hirose

Jornalista com especialização em Comunicação e Multimídia / rodrigohirose@gmail.com

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Uma polícia mais inteligente

| 07.04.16 - 12:03
 
“... e sucedeu que, estando eles no campo,
se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou”
 
Goiânia - O capítulo 4 do livro de Gênesis, escrito provavelmente há 3,5 mil anos, narra aquele que talvez seja o homicídio mais conhecido da história ocidental. A antiguidade do relato só comprova que o crime caminha ao lado da humanidade desde sua origem. À civilização, cabe mantê-lo em níveis pelo menos suportáveis. Países mais desenvolvidos, como Japão e Dinamarca, se aproximaram desse ideal. Outros, o Brasil entre eles, enxergam esse desejo como mera utopia.
 
Trabalhei por quatro anos na Secretaria da Segurança Pública de Goiás e se há algo que aprendi nesse período é que não há solução fácil quando se fala na diminuição do crime e da violência. No Brasil, muito esforço é despendido com os sintomas, enquanto as causas da doença seguem as mesmas.
 
No que compete às forças de Segurança, que atuam quando o restante do tecido social falha, o aperfeiçoamento das ações preventivas e de investigação precisa seguir o compasso acelerado da atividade delituosa, que atingiu complexidade inimaginável desde o fratricídio bíblico. Assim, o trabalho de inteligência policial tem, hoje, importância fundamental no combate à criminalidade.
 
Nesse contexto, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás lançou, no dia 6/4, várias ferramentas tecnológicas que, somadas à capacidade de homens e mulheres que atuam na área, certamente contribuirão sobremaneira nessa missão hercúlea.
 
No pacote anunciado pela SSPGO, estão soluções de tecnologia da informação para consumo interno das corporações, que dão condições aos operadores de planejar com muito mais inteligência as ações policiais. Desenvolvidos ao longo dos últimos anos, e agora em configurações mais completas e refinadas, os sistemas permitem que os planejadores tenham dados exatos sobre a criminalidade em tempo real, com ocorrências geograficamente referenciadas e detalhamento jamais visto. São dados fundamentais que exigiram meses de trabalho para se conseguir e que agora estão a poucos cliques.
 
Para o público geral, algumas dessas ferramentas serão mais visíveis e, portanto, merecem um pouco mais de detalhamento. São elas:
 
Registro de Atendimento Integrado (RAI)
Até agora, o cidadão atendido pela Polícia Militar geralmente precisava em seguida procurar uma delegacia e praticamente repetir o procedimento. Com o RAI, o boletim feito pelos militares no local do fato é transmitido automaticamente para a Polícia Civil, que procede com a investigação. Dessa forma, o cidadão, na maioria das vezes, não precisará procurar uma delegacia, poupando seu próprio tempo. Com o sistema, as viaturas também serão liberadas mais rapidamente das delegacias.
 
Novas câmeras de videomonitoramento
Os novos equipamentos fazem muito mais que filmar. Eles são capazes, entre outras coisas, de filtrar características de veículos e de pessoas. Assim, durante uma investigação, o operador do sistema poderá detectar, por exemplo, quantos carros de um modelo e cor específicos passaram por determinado local no horário desejado. Assim, ao invés de analisar horas de gravação, o próprio software seleciona somente o que interessa.
 
Aplicativo I9X Goiás
O aplicativo é inovador no Brasil. Ficou em versão beta por mais de um ano até chegar ao ponto ideal para ser lançado ao grande público. Eu o apelidei de Easy Taxi da polícia. Disponível para celulares Android e IOS, dá ao cidadão o telefone da viatura mais próxima (sendo uma alternativa ao tradicional 190), indica os endereços das delegacias e permite fazer denúncias, enviar fotos, trocar mensagens com a polícia e avaliar o atendimento. Já está disponível no Google Play e na App Store.
 
É claro que a tecnologia por si só não tem o condão de resolver todos os problemas. O fator humano ainda é, felizmente, o diferencial. Mas se há uma segunda coisa que aprendi nos quatro anos que estive na Secretaria da Segurança Pública é que há, sim, uma grande maioria de profissionais qualificados e comprometidos com a missão que escolheram.
Nós, cidadãos comuns, podemos ajudar começando a transformação em cada um de nós. Assim, teremos uma sociedade mais justa e pacífica para todos.

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