A Redação
Goiânia - O Ministério da Saúde (MS), por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), distribuirá 150 mil testes rápidos para o enfrentamento à hanseníase, a partir de fevereiro. O teste rápido foi desenvolvido pela professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Samira Bührer. Na missão ela teve o auxílio de colaboradores do Laboratório de Desenvolvimento e Produção de Testes Rápidos (LDPTR), que fica no Centro Multiusuário de Pesquisa de Bioinsumos e Tecnologias em Saúde (CMBiotecs) do IPTSP.
A ação foi possível devido à transferência da tecnologia dos testes rápidos de hanseníase para a indústria brasileira Bioclin, que contou com o apoio da multinacional alemã Merck S.A. e potencializou a conexão entre a Universidade e a indústria.
Durante evento do MS sobre hanseníase, que aconteceu juntamente com a campanha Janeiro Roxo, para conscientização e combate à doença, a ministra da Saúde, Nísia Trindade destacou a importância da ação. “O Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”, explicou a titular da pasta.
A ministra reforçou a importância de combater a desinformação e o preconceito, de batalhar pela transversalidade da atuação do Ministério e enfatizou que a hanseníase é uma doença curável. "Não é apenas a doença que é negligenciada, mas também as pessoas”, comentou.
A diretora do IPTSP, Flávia Aparecida de Oliveira, ressalta que a transferência de tecnologia de uma pesquisa é um recurso de muita importância para a academia, além de grande impacto social. “Ver o trabalho da professora Samira sendo disponibilizado para o SUS e o mercado externo é motivo de muito orgulho, pois é a geração e difusão do conhecimento a serviço da vida. E a prova também de que a Universidade com parcerias público-privadas pode ir muito mais além. Haja vista que o nosso sonho é de que todas as pesquisas científicas que possuem esse potencial inovador possam atender às grandes demandas da sociedade”, finaliza.
Como o teste rápido funciona?
O nome comercial do teste sorológico para a hanseníase é Bioclin Fast ML Flow e ele funciona da seguinte maneira: com um pequeno volume de amostra de sangue ou soro do paciente - baseado na reação antígeno/anticorpo - ele captura os anticorpos produzidos no organismo contra o antígeno (corpo estranho) que são identificados por imunocromatografia, formando assim, uma linha vermelha - nos casos suspeitos e pode significar o diagnóstico da doença.
Já nos contatos de pacientes com hanseníase com resultado positivo outros exames são realizados, e os que apresentarem resultados negativos deverão receber mais informações sobre o diagnóstico da doença para ficarem mais atentos às alterações na pele.
A pesquisadora, Samira Bührer, conta que a realização do teste é muito importante para o diagnóstico precoce, o que possibilita o início do tratamento, que interrompe a transmissão e previne as sequelas.