A Redação
Goiânia - O aumento no número de casos de coqueluche, doença respiratória altamente contagiosa e que afeta principalmente crianças, acendeu um alerta entre os especialistas. Em 2024, Goiás registrou 170 notificações, com 61 casos confirmados, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Somente em janeiro de 2025, já foram nove notificações e cinco confirmações. O cenário preocupa devido às complicações que a doença pode causar.
No entanto, há uma forma eficaz e acessível de prevenir a coqueluche: a vacina DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche), administrada em doses a partir dos dois meses de idade. Apesar de estar disponível gratuitamente na rede pública, a cobertura vacinal permanece abaixo do recomendado. Em Aparecida de Goiânia (GO), a taxa de vacinação atingiu 88%, um avanço significativo em relação a 2022, quando era de apenas 48%, mas ainda aquém dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde. Em Goiânia, a cobertura vacinal está em 83%.
Pedro Conelian, pediatra do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), alerta para os riscos da baixa imunização. “Quando a vacinação não atinge uma cobertura adequada, a bactéria circula com mais facilidade, aumentando o risco de surtos. A vacina de coqueluche é segura e eficaz, mas sua proteção só funciona quando todos os grupos estão imunizados”, explica.
No HMAP, crianças com sintomas compatíveis com a coqueluche passam pelo teste de PCR, exame que permite um diagnóstico preciso. Este ano, o hospital registrou três casos confirmados da doença, além de outros dois em dezembro de 2024.
O que é a coqueluche?
A coqueluche é causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis e se manifesta inicialmente com tosse forte e persistente, acompanhada de episódios de dificuldade respiratória. Em bebês e crianças pequenas, a doença pode evoluir para quadros graves, com necessidade de internação em unidades de terapia intensiva (UTI).
A coqueluche pode ser transmitida para pessoas de todas as idades, mas os bebês, que ainda não completaram o esquema vacinal, são os mais vulneráveis. Por isso, especialistas reforçam a importância da vacinação desde os primeiros meses de vida, garantindo proteção contra essa ameaça.
Sobre o HMAP
O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1.100 colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo 10 de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.
Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.
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Cobertura vacinal está abaixo do recomendado (Foto: Secom)
