José Abrão
Goiânia – A analista judiciária Luciana Amorim é militante da Unidade Popular desde 2020 e foi candidata à vice-governadora na chapa com o Professor Pantaleão em 2022. Agora, em 2024, a dupla repete a parceria na disputa pela prefeitura de Goiânia. Em entrevista ao jornal A Redação nesta quinta-feira (19/9), a candidata ao cargo de vice defendeu ampla participação da população na tomada de decisões na gestão municipal. Segundo ela, esse seria o caminho mais apropriado e justo para o avanço da cidade.
“Goiânia enfrenta inúmeros problemas. Em todos os setores, há desafios que precisamos enfrentar”, reconhece. “Oferecemos uma alternativa para os trabalhadores que desejam escapar da velha política, que beneficia apenas uma elite, composta por grandes proprietários de terra e empresas, enquanto a classe trabalhadora fica à margem. Queremos envolver essa classe na construção de um governo que a represente”, afirma ao mencionar que quando conheceu o trabalho de lideranças da Unidade Popular foi "amor à primeira vista".
"É um partido que realmente representa a classe trabalhadora”, afirma. Luciana destaca que a Unidade Popular possui um projeto nacional e mantém um contato constante com a população por meio de movimentos sociais. “Eu e o Professor Pantaleão estamos alinhados em um projeto comum. Nosso partido é centralizado, e todas as decisões são tomadas coletivamente com a militância. Estamos na luta diariamente, não apenas durante as eleições, porque nossos movimentos populares são constantes”, enfatiza.
Mão na massa
Pensando na prática, a candidata mencionou um dos problemas que mais tem pautado este pleito político: o déficit de quase 10 mil vagas em creches e na educação infantil da capital. Segundo ela, há sucateamento da educação, saúde, iluminação e coleta de lixo, e, conforme pontua, o cenário "não é acidental". “O governo municipal precariza serviços para transferi-los à iniciativa privada, que lucra em detrimento da população, que continua carente desses serviços e, muitas vezes, precisa pagar muito por eles”, critica.
“Não é uma questão de gerenciamento, mas de um sistema político que prioriza o lucro em vez de atender às necessidades dos trabalhadores”, declara. Para solucionar essas questões, ela propõe a criação de conselhos populares em todos os bairros, que possam identificar e analisar as demandas locais.
Além disso, sugere que, em vez de terceirizar serviços para grandes empreiteiras, o município crie empresas próprias que contratem moradores locais, ajudando a resolver os problemas de infraestrutura com um orçamento que beneficie a comunidade.
Luciana também menciona o Movimento de Mulheres Olga Benário, parte da Unidade Popular, que já possui 22 casas pelo Brasil, financiadas pelo partido, oferecendo suporte a mulheres vítimas de violência doméstica. “Essas casas acolhem mulheres e seus filhos, proporcionando tratamento psicológico e creches, porque não adianta acolher sem oferecer condições para o recomeço”, explica. Na gestão, o objetivo seria implementar uma abordagem similar em nível municipal.
Uma alternativa
Como mensagem aos eleitores da capital goiana, Luciana defende o socialismo como a única alternativa capaz de resolver os problemas estruturais da sociedade. “Dentro do sistema capitalista, o lucro prevalece, resultando em opressão. Precisamos superar esse modelo para romper com um ciclo interminável de destruição”, afirma.
“Quero convocar toda a população que está revoltada com esse sistema, que está sofrendo: mulheres, homens, venham participar. Se você não concorda com isso e deseja superar essa situação, venha nos conhecer. Queremos construir nosso programa e o socialismo em Goiânia, pois acreditamos que só assim conseguiremos enfrentar os problemas e acabar com a opressão”, convida.
Sabatinas do jornal A Redação
O jornal A Redação promove, nesta semana, uma série de entrevistas com os candidatos a vice-prefeito de Goiânia. Na última terça-feira, Leonardo Rizzo (Novo), da chapa com Fred Rodrigues (PL), e Bartira Miranda (PSDB), da chapa de Matheus Ribeiro (PSDB), foram sabatinados. Na quarta-feira (18/9) foi a vez da tenente-coronel Cláudia Lira (Avante), que compõe chapa com Sandro Mabel (União Brasil), e do professor Jerônimo (PSB), vice de Adriana Accorsi (PT).
Nesta quinta-feira (19/9), os entrevistados são Luciana Amorim (UP), candidata ao cargo de vice na chapa do professor Pantaleão (UP), e Darô Fernandes (Mobiliza), que compõe chapa com Rogério Cruz (Solidariedade), que busca a reeleição. A série de entrevistas será finalizada na sexta-feira (20/9), com Sucena Hummel (PSD), candidata a vice na chapa de Vanderlan Cardoso (PSD).
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