A Redação
Goiânia - A crise financeira que ameaça a continuidade dos serviços prestados pelo Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, foi tema de reunião entre a presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia, vereadora Kátia, e Alexandre Meneghini, presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), entidade responsável pela gestão do hospital, nesta segunda-feira (9/9). A crise ocorre devido aos atrasos nos repasses da Prefeitura de Goiânia.
O Hospital Araújo Jorge, uma das principais referências no tratamento oncológico em Goiás, é responsável por 70% dos atendimentos de câncer no estado. No entanto, a unidade tem enfrentado um déficit mensal de aproximadamente R$ 4 milhões, causado pelo atraso nos repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Cerca de 90% da receita do hospital depende de contratos com a SMS, e a dívida acumulada já ultrapassa os R$ 40 milhões.
Além da questão financeira, a demanda por atendimentos oncológicos vem crescendo, o que agrava ainda mais a situação. O hospital realiza milhares de procedimentos mensais, como cirurgias, quimioterapias e radioterapias, atendendo pacientes de diversas regiões de Goiás. "A crise financeira compromete diretamente a qualidade e a continuidade dos serviços oferecidos pelo hospital. Precisamos urgentemente regularizar os repasses para garantir o atendimento aos pacientes", destacou Alexandre Meneghini.
Durante a reunião, a vereadora Kátia reafirmou seu compromisso de buscar soluções junto à prefeitura para regularizar os pagamentos e evitar que o hospital suspenda atendimentos. A parlamentar compartilhou sua experiência pessoal com o Araújo Jorge, quando acompanhou o tratamento de seu pai na unidade. "Em 2021, eu morei no Araújo Jorge por 40 dias. Pude vivenciar de perto a excelência do atendimento, o comprometimento dos profissionais e o trabalho social do hospital. Esta crise afeta diretamente milhares de pacientes que dependem desse atendimento especializado", afirmou Kátia.
A vereadora tem trabalhado na Câmara para fiscalizar a gestão da saúde municipal e cobrar soluções rápidas e eficazes. Ela também mencionou que tem atuado de forma incisiva para resolver a situação da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pelas três maternidades municipais de Goiânia, que também enfrenta problemas de repasse de verbas da prefeitura, levando à paralisação de alguns serviços recentemente.
Cobrança
A crise financeira do Hospital Araújo Jorge e das maternidades geridas pela Fundahc reflete o descompasso entre a demanda crescente por serviços de saúde e a falta de uma gestão eficaz na saúde municipal. "Estamos falando de vidas. Não podemos aceitar que essa situação continue. Vamos continuar cobrando a prefeitura para encontrar uma solução que garanta o atendimento da população", concluiu Kátia.
A ACCG, por sua vez, segue mobilizando a sociedade civil e dialogando com autoridades para superar a crise. Além dos repasses municipais, o hospital depende de doações e apoio do governo estadual para manter seus serviços essenciais, mas os atrasos da prefeitura têm comprometido seriamente a sua sustentabilidade. A expectativa é que o apoio da Câmara e de outras lideranças políticas contribua para a regularização dos pagamentos e o fortalecimento da saúde pública em Goiânia.
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