Victor Santos
Goiânia - Proprietária de uma famosa doceria em Goiânia, a empresária Mariana Perdomo se disse aliviada com o esclarecimento da Polícia Civil de que os produtos do estabelecimento não tiveram qualquer relação com a morte de duas pessoas na capital. Inicialmente, chegou a ser ventilada nas redes sociais a possibilidade de duas pessoas terem morrido por intoxicação alimentar após consumirem produtos da doceria. No entanto, a investigação da Polícia Civil concluiu que Leonardo Pereira Alves e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, foram vítimas de envenenamento premeditado e articulado por uma conhecida da família.
"A sensação é de alívio. O coração está em paz", disse Mariana Perdomo em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (21/12) em uma das unidades da loja em Goiânia. "Enquanto não saiu a constatação da polícia ontem à tarde, eu não consegui descansar”, completou.
A empresária também falou do impacto financeiro diante do caso. "As lojas ficaram completamente vazias. A equipe ficou muito abalada devido à exposição. Não vou falar em valores, mas o prejuízo foi extremamente significativo. Hoje, 1 ou 2 dias de faturamento que perdemos no Natal é extremamente grande. Nosso investimento em embalagens é altíssimo. Só nisso, o investimento foi de R$ 300 mil", afirmou a empresária, que também confirmou que muitos produtos foram descartados nas unidades da loja.
Otávio Forte, um dos advogados de Mariana Perdomo, comentou a respeito das providências tomadas diante do caso. "Desde o início estamos colaborando com a investigação. Auro Jayme, nosso advogado criminalista, fez todos os contatos necessários com as autoridades policiais para que eles pudessem ter amplo acesso à nossa empresa e aos produtos", afirmou o advogado em entrevista ao lado de Mariana.
Ele ainda afirmou sobre a possibilidade de acionar judicialmente possíveis responsáveis por divulgar notícias falsas associando o estabelecimentões Mariana Perdomo às mortes. "Nossa preocupação, até agora, não é essa. Nossa preocupação era que as investigações chegassem ao fim o mais rápido possível por conta dos danos à empresa. Agora, com o descarte total da participação, vamos analisar juridicamente se houve algum excesso."
Entenda o caso
As investigações que envolveram a doceria da empresária Mariana Perdomo começaram após as mortes de Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e da mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 78 anos. A princípio, chegou a ser ventilada a possibilidade de as vítimas terem falecido em decorrência de uma intoxicação alimentar após consumir produtos do estabelecimento. No entanto, foi comprovado que as vítimas foram envenenadas. O veneno teria sido colocado em suco e alimentos levados para um lanche na casa das vítimas. Produtos da loja de Perdomo estavam entre os alimentos levados para o lanche e podem ter sido adulterados.
A principal suspeita do crime é a advogada Amanda Partata, que foi detida nesta quarta-feira (20/12) em Goiânia. Ela é ex-namorada de Leonardo Filho, filho e neto das vítimas. De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), a motivação do crime seria o fato de Amanda não aceitar o fim do relacionamento. Ela, inclusive, já havia feito ameaças a Leonardo há algum tempo e chegou, inclusive, a mentir que estava grávida na tentativa de reatar o namoro.
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