José Abrão
Goiânia – A banda brasileira de death metal Crypta surpreendeu os fãs no dia 10 de março ao anunciar, por meio das redes sociais, a saída da guitarrista Jéssica di Falchi. Apesar da mudança, as turnês já agendadas para abril e maio não serão afetadas.
Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação, a vocalista, baixista e frontwoman da Crypta, Fernanda Lira, afirmou que os compromissos da banda seguem firmes e que não há tempo para pausas. “A gente precisa fazer turnê porque a gente está com um posicionamento bom na cena. Não podemos deixar essa chama morrer.”
Portanto, se você é uma talentosa guitarrista de Goiânia — ou de qualquer outro lugar — e sonha em se tornar uma rockstar metaleira no cenário global: a chance é agora. Fernanda Lira revelou que a banda já iniciou audições e está recebendo bastante material. “Estamos abertas a mulheres de qualquer lugar do mundo. Já estamos fazendo algumas audições à distância e temos pessoas engatilhadas para as próximas turnês”, destacou.
A composição do novo disco também não será afetada. Lira explica que Jéssica não participou da elaboração do álbum anterior, portanto, o time de composição permanece o mesmo. “Como já temos essa segurança para fazer a turnê e compor o disco, vamos fazer essa escolha com muita calma. Então é muito provável que as pessoas saibam quem é a nova guitarrista da Crypta no ano que vem”, afirma.
Ela detalha o perfil da nova integrante que a banda busca: “Vamos fazer turnê com diferentes meninas. Não é importante só ter a técnica, queremos uma combinação de fatores. Queremos ver como é o desenho compondo e tocando death metal especificamente, que aguente o tranco e que seja tranquila na convivência. E como a gente consegue analisar isso? Convivendo e trabalhando junto”, explica. “Essa vaga está em aberto, então mandem sim material, por favor”, completa. O contato pode ser feito por meio das
redes sociais da banda (@
cryptadeath).
Lira também reforça a importância de manter a formação 100% feminina da Crypta. “A banda sempre será composta por mulheres. É uma questão ideológica minha mesmo. As mulheres ainda precisam de muitas oportunidades. A nossa cena musical não possui uma equidade. Ter bandas femininas, dando espaço exclusivamente para mulheres, é uma forma de garantir que mais mulheres ocupem espaços que sempre sonharam em ocupar, e isso acaba inspirando outras mulheres”, destaca.
Novo disco e turnês
Mesmo assim, Lira afirma que, para 2025, o plano é reduzir o número de shows, já que a banda pretende lançar um novo álbum no ano seguinte. “É muito importante tomar um tempo para descansar e fazer o disco. Então, a gente reduziu o número de turnês este ano. Pegamos alguns meses e falamos: ‘vamos colocar aqui’”, relata. Ainda assim, o grupo passará pela Europa, pelos EUA e pela América Latina, além, é claro, de realizar shows no Brasil.
Embora ainda não tenha sido oficialmente divulgada, Fernanda confirmou que a turnê brasileira será em julho. “Estamos fechando as últimas datas. Vai ser anunciada nos próximos meses. Mas vamos fazer uma turnê pouco extensa, de um mês, tentando contemplar o máximo de capitais possíveis para o pessoal poder ver a banda”, explica. Outro motivo para isso é que Lira sentiu que, no último ano, a Crypta passou muito tempo fora do Brasil e agora quer valorizar mais a comunidade local, que representa seu maior público.
Sobre o novo disco, ela ressalta que o processo exige tempo e planejamento. “A gente não só precisa de bastante tempo para compor, como toda a produção exige planejamento. Então, o que geralmente fazemos é calcular quando gostaríamos de lançar o disco e trabalhar de forma retroativa. Nosso álbum está previsto para o segundo semestre de 2026. Então, ele ainda vai demorar bastante para vir, exatamente porque queremos fazer com calma, com esmero, e entregar o melhor álbum possível”, garante Lira.
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