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Elizabeth A. Caldeira Brito assume presidência | 16.05.23 - 10:44
Mesa da posse da nova Diretoria da Aflag (Foto da arquiteta Jacira Pires)Jales Naves Especial para A Redação
Goiânia – Dez anos após ingressar na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Aflag), a poetisa Elizabeth Abreu Caldeira Brito, pesquisadora incansável da luta da mulher por maior espaço na atualidade, estava muito feliz em sua posse na presidência da Aflag. Casa cheia e com presenças muito representativas, via se tornar de todos que ali compareceram à sua principal bandeira de luta: reconhecer o papel da mulher na sociedade e lhe dar visibilidade e a seu trabalho. Todos fizeram questão não só de registrar seu apoio à causa, como mostrar exemplos importantes, como da própria empossada, cuja participação no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, por 26 anos, foram de fundamental significado na existência dessa entidade, o que foi ressaltado e elogiado de forma unânime. Como frisaram o atual presidente Jales Guedes Coelho Mendonça e seu antecessor, Geraldo Coelho Vaz, que fizeram questão de prestigiá-la neste novo momento.
“O meu tempo de artes é antes e é agora. Trago em mim o que compôs minha estrada, cujo trajeto não teve atalhos, não teve esquivas, não teve fugas”, afirmou Beth Caldeira. “Temos a esperança de que o nosso amor pela arte e sua difusão possam contribuir para fazer os outros felizes”, disse, para completar: “Idealizamos projetos e ações em prol da preservação da memória de nossas acadêmicas, de nossas antecessoras e do desenvolvimento artístico e cultural de nossa goianidade”. “Levaremos às escolas e onde o povo está, de forma inclusiva, a arte que emerge na Aflag. Atuaremos, ainda, para destacar, valorizar, aplaudir, registrar e impulsionar estudos e pesquisas que deem ênfase ao papel da mulher nas artes e na sociedade que, ainda, teima em invisibilizá-la”.
A programação aconteceu na sede da Academia, Casa Rosarita Fleury, no auditório Célia Coutinho Seixo de Brito, terça-feira, dia 8, com recepção musical, café da manhã ao som do Dueto Sax & Violino, e apresentação do Duo Pianístico, composto por Consuelo Quireze e Maria Lúcia Roriz. A solenidade integrou as ações do Ano Cultural Centenário Ana Braga
Prestando contas
A escritora Maria Elizabeth Fleury Teixeira, em seu discurso, abrindo aquela cerimônia, prestou contas de suas duas gestões, a primeira iniciada em 2019, quando lançou, em 2020, a edição nº 9 da Revista da Aflag, comemorativa do cinquentenário da entidade, e já está mandando para o prelo a edição nº 10, referente aos anos de 2021 e 2022.
“Mesmo em plena pandemia, em março de 2021, após eleição, fomos reconduzidas para o biênio 2021-2023. Ainda, em novembro de 2021, com a melhora dos casos de covid, após contato telefônico com todas as confreiras, publicamos o Edital de Eleição de duas cadeiras vagas – a de nº 5, cuja patrona é Cora Coralina e a de nº 40, que tem como patrona Zilda Diniz Fontes. Foram eleitas para estas cadeiras, respectivamente, Roselene Cardoso Araújo (Rosy) e Andréa Luísa Teixeira, cuja posse foi realizada em 9 de março de 2022. Nesse ano, tivemos mais 10 reuniões e também eleição e posse na cadeira nº 3, que passou a ser ocupada pela escritora Daniela Rezende Seixo de Brito Mendes Fernandes, quando também comemoramos o quinquagésimo terceiro aniversário da Aflag”.
No final de 2022 a Academia recebeu a visita de alunos do Colégio Estadual Professor Pedro Gomes, com abertura da sessão e pronunciamento da Presidente e algumas acadêmicas que recepcionaram os alunos. Houve declamação de poemas pelas escritoras e pelos alunos, “sendo esse encontro de muita alegria, valorização e respeito a nossa cultura e artes, reunião que deverá ser repetida nos próximos anos”. Em dezembro de 2022 a Aflag deu por encerrado o Ano Cultural Maria Luiza Póvoa Cruz.
Em janeiro deste ano, tiveram início os trabalhos da Aflag e em final de fevereiro aconteceu a primeira reunião de diretoria do ano, quando foi eleito o “Ano Cultural: Centenário de Ana Braga”. Também decidiu-se pela entrega do diploma de Honorária da Aflag às confreiras que por problemas de saúde e frequência pediram para se afastar da entidade. “Comemoramos o Dia Internacional da Mulher com palestra do escritor Luiz de Aquino e também declamações de poesias por ele e pelas demais confreiras. No final de março, após eleição, a chapa “Aflagueanas em ação” foi eleita para o biênio 2023-2025”, concluiu Beth Fleury.
Prestígio
Muito prestigiada, a posse contou com a presença dos dirigentes das principais entidades culturais de Goiás, e todos fizeram questão de falar, para mostrar o trabalho que a nova Presidente da Aflag realizou nesses últimos anos. As acadêmicas Sandra Queiroz Pina e Rosy Cardoso introduziram na sala a presidente eleita Elizabeth Abreu Caldeira Brito.
Presidente da Academia Goiana de Letras, o escritor José Ubirajara Galli Vieira conhece Beth Caldeira desde quando ela começou a trabalhar como secretária do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), José Mendonça Teles, na década de 1990; acompanhou seus passos literários, o lançamento de seu primeiro livro de poemas, em 2004, seu ingresso na Aflag, em 2013, seu crescimento literário e seu aprendizado de gestão de entidade cultural com Mendonça Teles, Aidenor Aires, Geraldo Coelho Vaz e Jales Mendonça, “o que certamente lhe será muito útil, capacitando-a e lhe dando segurança para fazer um excelente trabalho na Academia”.
“Falo com a voz do coração e não com a voz da razão, pois a Beth Caldeira é uma grande amiga de muitas décadas”, disse o ex-presidente da Academia Goiana de Letras (AGL) e do Instituto, Geraldo Coelho Vaz, com quem ela trabalhou por oito anos. “É o arquivo vivo do IHGG. Conhece todos os caminhos e os arquivos da instituição. A Aflag ganhou com a sua eleição. É uma pessoa séria e cumpridora de seus deveres e obrigações. Sucesso na nova empreitada”. Fez um resgate de sua experiência literária com a idealizadora e uma das fundadoras da Aflag, Rosarita Fleury, e do trabalho e dedicação durante suas duas gestões como presidente do IHGG, quando ela exerceu o cargo de chefe de gabinete da presidência e foi vice-presidente de sua diretoria.
Ex-presidente da AGL, a escritora Lêda Selma lembrou da trajetória cultural da amiga e de seu empenho em fazer sempre o melhor em tudo que se propõe a executar. Destacou as atividades de Beth Caldeira na coordenação e publicação das páginas semanais “Oficina Poética”, que contou com mais de 370 edições dedicadas à poesia e às artes visuais no jornal “Diário da Manhã”; praticamente todos os poetas e artistas visuais tiveram seus trabalhos publicados nessa página.
O historiador Jales Mendonça discorreu sobre os projetos recentes do IHGG: lançamento dos três primeiros livros do “Goiás +300” e a inauguração do painel alusivo ao projeto recém inaugurado, instalado nas dependências do Instituto. Contextualizou o fato de ter afirmado, em tom de brincadeira e na tentativa de fazer Elizabeth desistir de se aposentar, imediatamente após a sua posse, que ela não poderia deixar de atuar no Instituto pois “o seu sangue é IHGG - RH Positivo”, fato narrado por ela em seu discurso.
Reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), a professora Angelita Pereira Lima elogiou o discurso e as abordagens históricas sobre a trajetória da mulher na literatura brasileira, destacadas por Beth Abreu; e disse do seu encantamento em conhecer as dependências da Aflag, que é um espaço exclusivamente dedicado à figura feminina. Afirmou que é a única sala em que todas as paredes são ocupadas só por mulheres, com a Galeria das Presidentes, Galeria das Acadêmicas e Galeria da Saudade. Agradeceu o convite e disse do apoio e de possíveis parcerias, a serem alinhavadas, entre a UFG e a Aflag.