Goiânia - Estou aproveitando esses dias que estou forçado a ficar de molho em casa por conta da ação de nosso prosaico amigo Aedes aegypti para colocar em dia filmes, séries e leituras. Na minha lista de seriados estava o Better call Saul. Finalizei ontem a primeira temporada e posso afirmar que se a história não surpreende os fãs de Breaking Bad, também não envergonha o legado de Walter White.
São dez episódios que mostram a história pessoal do advogado picareta e maior resolvedor de tretas do sul dos Estados Unidos antes dele se tornar o adorável Saul. O momento em que ele se envolve no mundo do Direito, quando tira sua carteira profissional, o seu faro para fatos de apelo midiático e sua habilidade ímpar em passar a perna nos outros são detalhados e fica mais claro como se constitui aquele personagem interessantíssimo. Sua aproximação com o ex-policial Mike é esmiuçada, mostrando como eles se conhecem e dão início a alguns trabalhos em parceria.
É claro que o grau de expectativa altíssimo por se tratar de um derivado de umas das séries mais bem construídas de todos os tempos joga contra. Se fosse um seriado começando do zero, provavelmente seria avaliado com um olhar mais benevolente e menos criterioso. Por outro lado, se não fosse vinculado à história de Albuquerque, não teria um milésimo da atenção recebida. A vida é assim, o que ganhamos de um lado nos é cobrado de outro.
Tudo que esperamos de algo oriundo do universo de Breaking Bad está lá. Os dramas pessoais, os personagens insólitos, as reviravoltas impressionantes, as conexões com o tráfico de drogas, o personagem principal que vai mudando conforme a vida vai andando. Outro destaque é a trilha sonora que se vincula com perfeição ao momento da história - Smoke on the water do Deep Purple tem lugar especial nesse contexto.
E se você acha que Saul já nasceu sabendo de todas as conexões do submundo da capital do Novo México, vai se surpreender com seu coração bom e totalmente perdido nessa primeira temporada. O carinho e atenção com que ele trata do irmão que tem distúrbio psicológicos é tocante. Sua metamorfose não é menos radical do que a de Walter White.
A próxima temporada está prevista para entrar no ar no início de 2016. Ou seja, você tem tempo de sobra para assistir esses dez capítulos e esperar para a volta de Slippin' Jimmy no Netflix. E se você não viu Breaking Bad ainda (vacilo, vacilo…), não há problemas. Você perderá uma ou outra citação, mas as histórias são independentes. Pode cair dentro sem erro!