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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
Chegou aquela época do ano novamente: o paradão do "entre festas", momento ideal para, no espírito do ano novo, realizar a 3ª edição do "Zé Awards" com a escolha dos melhores do ano de forma totalmente arbitrária e parcial. A lista de 2023 está aqui e a de 2022 aqui.
Filme - Ainda Estou Aqui
Escolha óbvia. Quando você tem um filme nacional que, além de sensível e muito bom, tem o dedo no pulso do zeitgeist, não dá pra ignorar. O fato de que o filme estava em cartaz quando um fanático decidiu se explodir na Praça dos Três Poderes e um general de quatro estrelas foi preso pela primeira vez na história do Brasil por planejar outro golpe também não pode ser ignorado. O longa de Walter Salles é bem filmado, bem editado, bem montado e bem atuado, se colocando à parte da categoria de "mais um filme de ditadura". Há seus deslizes, principalmente no tom e no melodrama inevitável, mas no geral, é uma potência que merece as indicações e premiações por onde passou.
Série - Xógum
Os produtores dessa série conseguiram transformar um romance de aventura meio racista dos anos 1970 em um épico imperdível de ficção histórica que, para ser mais fiel, só se tivesse sido rodado em português (sério). A série ambientada no Japão do século XVI conseguiu romper com a maldição dos clones de Game of Thrones e mostrou as vantagens de se fazer uma adaptação, aparando arestas e melhorando o material fonte sem perder nada do seu impacto dramático e autenticidade.
Game - Lords of the Fallen
Eu vou trapacear nessa categoria por dois motivos. Três, se você considerar que a lista é minha e eu faço o que eu quiser. Não faltaram lançamentos interessantes em 2024, mas com o preço de entrada em arrebatadores R$ 350, eu simplesmente não adquiri e muito menos joguei nenhum título lançado este ano. Daí escolhi Lords of the Fallen, o soulslike da HexWorks lançado ano passado. O motivo final é que o jogo teve um lançamento conturbado e foi praticamente todo refeito de lá pra cá, de modo que eu joguei Lords of the Fallen 1.7, lançado em meados deste ano, então acho que conta como um novo jogo. A escolha foi feita por ser, junto com Lies of P, soulslikes que finalmente constroem em cima da fórmula ao invés de apenas tentar ser um novo Dark Souls ou Elden Ring. Ele vai além, recheado de boas ideias e personalidade. Algo que me surpreendeu, já que detestei os últimos três jogos desse estúdio. Claramente levaram a filosofia dos soulslikes até pra vida: tente de novo até conseguir.
Álbum - Absolute Elsewhere (Blood Incantation)
Este ano de 2024 foi outro ano excelente para ser metaleiro, com centenas de lançamentos excelentes, tão frequentes, que alguns dias tiveram o lançamento de três discos ao mesmo tempo por bandas diferentes. Este também foi o ano em que me finalmente me rendi ao black e ao death metal modernos, que abriram as portas para dezenas de novas bandas. Dentro dessa porta extrema, porém experimental, saiu esta verdadeira pérola musical que por si só é uma viagem muito bem composta e orquestrada e que recomendo fortemente para quem quiser ouvir algo diferente dentro da cena.