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Com sede em Goiânia, Faeg conecta o campo à cidade há 73 anos

Prédio da Federação fica no Setor Sul | 01.11.24 - 11:14
Com sede em Goiânia, Faeg conecta o campo à cidade há 73 anos Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
GoiâniaUm prédio na Avenida 87, no Setor Sul, região central de Goiânia, se destaca por seu ar de modernidade na fachada em concreto aparente e linhas retas. Ao mesmo tempo, representa a tradição de uma instituição que, indiretamente, tem contribuído para a construção da história do estado: a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
 
A trajetória da entidade, no entanto, teve início em outro endereço e sob uma denominação diferente. Em 1951, impulsionada por um ideal comum, foi fundada a Federação das Associações Rurais do Estado de Goiás (Fareg), com o propósito de ser a voz do homem do campo goiano.
 
Criada em um período em que a agricultura simbolizava tradição e esforço, a Fareg enfrentou um início desafiador, marcado pela escassez de registros históricos. Contudo, a partir de 1957, as atas da entidade passaram a documentar uma jornada repleta de desafios superados e conquistas significativas.
 
Naquele tempo, a sede da Federação das Associações Rurais do Estado de Goiás (Fareg), situada no número 47 da Avenida Goiás, era o ponto de encontro de produtores que sonhavam em transformar o campo goiano em um verdadeiro celeiro de riquezas. Joaquim Câmara Filho, o primeiro presidente da Fareg, foi o arquiteto desse sonho, e seu legado continua a inspirar gerações.
 

Painel retrata a vida do homem do campo (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Após um período de consolidação e crescimento, a Fareg deu um salto evolutivo significativo. Em 18 de novembro de 1967, com o objetivo de fortalecer ainda mais a representação dos produtores rurais goianos, a entidade transformou-se na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
 
Com a missão de defender os direitos e interesses dos empregadores rurais, a Faeg consolidou-se como uma entidade sindical de natureza privada e sem fins lucrativos. Para liderar essa nova etapa, foi eleita uma diretoria provisória, com José Agenor Lino e Silva na presidência, Geverson de Mendonça Ribeiro como secretário e José do Nascimento Caixeta como tesoureiro.
 
Após quase 25 anos atuando em salas alugadas, em 1975, a Faeg vislumbrou a oportunidade de construir sua sede própria em um terreno estratégico, com frente para a Rua 132, no Setor Sul. O governo do Estado doou um lote de aproximadamente 840 metros quadrados para esse fim, como explica o superintendente da entidade, Claudinei Rigonatto.
 
Contudo, a euforia inicial logo deu lugar à preocupação: a área já era utilizada pelo Clube Militar e abrigava um lago, o que inviabilizava a construção e poderia gerar impactos ambientais. “Após uma análise de uma comissão de engenheiros, a Faeg buscou alternativas junto à Procuradoria Geral do Estado, mas sem sucesso, uma vez que o Estado não dispunha de outro local disponível para doação”, relata o superintendente.
 

Nova sede da Faeg foi inaugurada em 1977 (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Diante desse impasse, a solução foi começar tudo novamente, do zero. A entidade iniciou uma nova busca por um terreno adequado, recebendo propostas de 12 imobiliárias, das quais cinco imóveis foram pré-selecionados e vistoriados pela diretoria.
 
O valor por metro quadrado foi um dos fatores considerados na escolha final, mas não o único. O livro Faeg 70 Anos relata que, “levando em conta diversos aspectos, como a localização no plano urbano e o preço relativo dos imóveis oferecidos”, a decisão ficou entre uma construção no Setor Marista, na esquina das Ruas 146 e 147, e o terreno no Setor Sul, na Rua 87.
 
"Para a definição, a diretoria contou com assessoramento de um engenheiro, como destaca a ata da reunião de 14 de agosto de 1975, marcada especialmente para tratar do assunto. Na reunião seguinte, realizada quatro dias depois, ficou decidido que a sede seria na Rua 87, no terreno com valor de 670 mil cruzeiros", explica Rigonatto.
 
A ata do encontro documenta o ideal visionário da instituição. Nas linhas, ficou explicitado que a escolheu considerou o imóvel "o mais conveniente à Faeg por sua situação urbana e, especialmente, pelo amplo acesso que se tem ao mesmo tempo pela Rua 87 quanto pela Rua 85, ambas de maior largura, que dão ampla circulação a uma região que é das demais alto nível imobiliário nesta capital, no momento, e para o futuro".
 

Superintendente da Faeg Claudinei Rigonatto (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Quando os desafios relacionados ao terreno doado foram superados, um novo obstáculo surgiu: a Prefeitura de Goiânia estava prestes a aprovar um código de obras que proibiria a construção de edifícios não residenciais no Setor Sul. Ciente do interesse da entidade em construir sua sede no local, o prefeito Francisco de Freitas Castro se comprometeu em interceder em favor da Faeg.
 
"Em seu parecer, o prefeito reconheceu que por se tratar de agremiação sindical e ter como principal função a centralização de informações e a representatividade da classe, é considerado como local de reunião e, portanto, teria uso permitido no local. No entanto, a construção da sede ficou condicionada a algumas exigências, como a limitação de altura em dois ou no máximo três pavimentos, sendo um deles subsolo", elucida o superintendente.
 
Foi feita uma licitação para a construção e, no início da obra, percebeu-se uma grande quantidade de água no subsolo. A "surpresa" demandou mais tempo e dinheiro, então foi necessário um aditivo de cerca de 22 mil cruzeiros.
 

Auditório da entidade (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Com 1,5 milhão de cruzeiros em caixa, a Faeg iniciou em 1976 o processo de construção de sua nova sede. Para complementar os recursos necessários, a entidade buscou financiamento, viabilizando a conclusão das obras. Após meses de trabalho, em 12 de dezembro de 1977, a Faeg celebrou a mudança para suas novas instalações, um marco importante em sua história.
 
Situado em um dos primeiros edifícios construídos de uma área que se tornou nobre, o prédio da Faeg é um marco histórico de Goiânia. Sua localização central e de fácil acesso, próxima à Praça do Ratinho, garante grande visibilidade. Em sintonia com a tradição e a modernidade, a entidade está expandindo suas instalações no mesmo terreno, preservando a essência arquitetônica original.
 
Assim como a atividade rural é essencial para o desenvolvimento de nosso Estado, tanto economicamente quanto socialmente, a Faeg está localizada no coração da capital goiana, e o pioneirismo e visão de seus dirigentes foi fundamental, contribuindo de forma essencial para o desenvolvimento da região onde está localizada, como destaca o presidente da entidade, José Mário Schreiner. "A sede da Faeg carrega uma rica história que reflete a força e a tradição do agronegócio goiano. A localização não é apenas uma escolha geográfica, mas uma estratégia para garantir proximidade com as principais instituições e facilitar o diálogo entre o campo e a cidade."

Presidente da Faeg, José Mário Schreiner (Foto: Fredox Carvalho)
 
Para ele, o prédio é um símbolo do compromisso com os produtores rurais, integrando, ao mesmo tempo, modernidade e funcionalidade para atender às demandas do setor. "A localização central nos permite estar conectados aos desafios e oportunidades que surgem tanto no meio urbano quanto no rural, proporcionando um espaço de convergência de ideias e soluções. Nossa presença reforça o papel da Faeg como defensora dos interesses do agro goiano", ressalta.
 
José Mário reforça que, em breve, uma nova sede será inaugurada, o que permitirá expandir ainda mais o atendimento da unidade. "No entanto, o prédio atual continuará sendo um marco histórico da nossa trajetória e do nosso compromisso com os produtores rurais de Goiás, preservando a arquitetura tradicional em estilo original. A nova sede seguirá as mesmas linhas do edifício atual, incorporando a modernidade necessária para atender às demandas dos dias atuais e do futuro, sendo uma referência para nossa capital", encerra.


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