Lojas de armarinhos e aviamentos em Goiânia preservam tradição de 9 décadas

Comércio é forte no Setor Central | 04.10.24 - 09:34

Foto: Rodrigo Obeid/A Redação

Lojas de armarinhos e aviamentos em Goiânia preservam tradição de 9 décadas

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Carolina Pessoni

Goiânia - O comércio na região central de Goiânia vai além da simples venda de produtos. A relação próxima com os clientes e o atendimento personalizado são marcas registradas do Centro, preservando uma tradição que já dura quase nove décadas.

Entre os maiores exemplos desse vínculo estão as lojas de armarinhos e aviamentos. A Rua 4, famosa nesse segmento, é um verdadeiro tesouro para quem busca itens de bordado ou peças para confecção de roupas.

Entre linhas, agulhas, botões e pedrarias, a clientela encontra uma diversidade de produtos e mantém a tradição de adquirir esses itens no comércio local. As lojas, dispostas lado a lado, formam uma galeria a céu aberto de cores e brilhos que iluminam as vitrines.

Ana Cristina Monteiro, vendedora de uma dessas lojas há seis anos, destaca a variedade oferecida. “Temos todos os tipos de aviamentos que os clientes procuram. Os itens mais vendidos são barbantes para tapetes de crochê e toalhas”, ressalta.

Itens de pedraria estão entre os mais procurados da região (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

Ela também comenta que, apesar da queda no movimento, os clientes fiéis preferem comprar pessoalmente. "É que o goiano gosta de ‘ver com a mão’”, brinca, sorrindo.

A relação próxima com a clientela é tão forte que Ana já conhece os pedidos dos frequentadores habituais. “A loja tem 20 anos e muitos clientes vêm aqui desde o início, sempre comprando os mesmos produtos. Eles se tornaram amigos”, revela.

Perto dali, uma das primeiras lojas do segmento se mantém firme há quase seis décadas. Comandada por Silvânia de Paula Garcia, o comércio começou vendendo itens básicos de costura. “No início, trabalhávamos com linha, zíper, agulha, o essencial. Com o tempo, a demanda foi crescendo e passamos a vender tecidos, barbantes, toalhas, tintas, pedrarias e outros materiais para bordado”, enumera.

De produtos tradicionais a bordados computadorizados, os clientes encontram tudo o que precisam (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

A loja foi fundada pela sogra de Silvânia, que era costureira e percebeu a falta de serviços específicos na época. “Ela começou cobrindo botões de tecido e furando cintos, e o negócio foi crescendo a partir daí.”

Silvânia conta que a loja acumula gerações de clientes ao longo dos seus 57 anos de existência. “É muito gratificante ver uma mulher que veio fazer seu enxoval de casamento voltar com a filha pelo mesmo motivo e, depois, para comprar para os netos. Isso acontece muito aqui.”

Sobre a concentração de lojas semelhantes na Rua 4, Silvânia vê como uma vantagem. “É bom para o consumidor, pois facilita a pesquisa. O que ele não encontra numa loja, pode achar em outra.”

Para Silvânia, o segredo para manter essa tradição é simples: “Fazemos o nosso melhor, com os pés no chão, sem dar um passo maior que a perna. Somos uma loja familiar e gostamos de estar próximos dos clientes. Minha sogra, aos 83 anos, está todos os dias na loja, com uma vitalidade e energia que são um diferencial”, conclui.