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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
O'Brien como Jackie e Stewart como Lou (Foto: divulgação)Quando a talentosíssima diretora Rose Glass se propôs a fazer seu segundo filme após Saint Maud (2019) ela queria algo com mulheres fortes (literalmente) e que fosse romântico, suado e violento. E fico muito satisfeito em dizer que todos os requisitos foram cumpridos em Love Lies Bleeding: O Amor Sangra, estrelado por Kristen Stewart e Katy M. O’Brien.
A trama se passa em uma cidadezinha no meio do nada no Novo México nos anos 1980 e acompanha Lou (Stewart), dona de uma academia detonada e filha do gângster local (vivido magistralmente por Ed Harris) e que tem sua vida virada de ponta cabeça com a chegada de Jackie (O’Brien), uma andarilha e fisiculturista amadora que sonha em ganhar uma competição em Las Vegas.
Com toda uma estética e pegada neo-noir americana, o filme lembra em mais de um sentido o cinema independente dos anos 1990, encabeçado por Quentin Tarantino e Pulp Fiction (1994). Porém, o simples fato de trazer toda essa perspectiva para um olhar feminino já diferencia o longa dos seus pares.
Jackie e Lou se apaixonam perdidamente, mas logo elas acabam envolvidas em um enredo violento ao redor da irmã de Lou (Jena Malone), vítima de recorrentes agressões do marido JJ (Dave Franco, particularmente repulsivo).
O romance rapidamente vira uma história de crime que, então, transcende para uma espécie de sonho febril conforme a situação ao redor de Lou e Jackie se deteriora e elas perdem o controle dos acontecimentos e suas consequências.
É um filme maravilhoso na sua crueza e simplicidade. É um filme independente pequeno, direto ao ponto, com começo, meio e fim, 100% sustentado na sua premissa inicial e na atuação visceral do seu elenco. Não devia ser, mas é algo único e especial em um meio cada vez mais perdido em ideias requentadas.