Ricardo Bairos
O Central Park já tem concorrência. Foi inagurada no início do mês a segunda fase do mais novo parque de Manhattan, que tem tudo para virar uma das maiores atrações turísticas da cidade no futuro próximo. É a High Line, um área de lazer incrível construída em uma elevada linha de trem de carga dos anos 30. A via tem 2,3 quilômetros de extensão e corta a parte oeste da ilha, nos bairros do Meetpacking District e Chelsea.
A High Line, que estava abandonada desde os anos 80, teve sua primeira fase aberta em 2009, entre a Gansevoort Street e a 20th Street. A segunda fase vai da 20th Street à 30th Street. Uma terceira fase, que incorpora uma curva final da estrutura sobre um pátio de trens, ainda não tem data prevista para ser inaugurada.
O design tem elementos do passado industrial do espaço, como os trilhos, além de muita vegetação e mobiliário público moderno. O melhor de tudo é a sensação de paz. Apenas um pouco acima do nível da rua, a High Line já vira uma espécie de mirante bucólico da vida agitada da cidade, logo ali embaixo.
“Homem-Aranha”: upgrade para “chatice”
Depois de 183 ensaios abertos (um recorde), estreou o musical da Broadway mais caro – e problemático – de todos os tempos. “Spider-Man: Turn Off the Dark” custou US$ 75 milhões para ser produzido (três vezes mais do que “Shrek”, o segundo espetáculo mais caro do teatro nova-iorquino).
Além do custo exorbitante e dos atrasos na estreia originalmente, deveria ter sido no fim de 2010), problemas com as cenas de voo sobre o público e uma série de acidentes com o elenco (alguns sérios) criaram uma certa mística sobre o espetáculo. Para completar, a história era fraca e a trilha sonora foi comparada a “lados B” do U2.
Críticas precoces, em fevereiro, foram muito negativas e provocaram a saída da diretora Julie Taymor, responsável pelo sucesso de “O Rei Leão”. O espetáculo foi reimaginado”, o segundo ato mudou bastante, Bono e The Edge escreveram uma canção nova.
A nova estreia rendeu críticas mais mornas. A coreografia aérea de Daniel Ezralow e os cenários de George Tsypin foram muito elogiados, mas a história continua insossa e a trilha sonora de Bono e The Edge é “esquecível”, segundo a revista “Entertainment Weekly”. Para o “New York Times”, o musical não é mais “uma confusão indecifrável”, apenas “uma chatice”.
Para o público, no entanto, nada deve fazer diferença. O que todo mundo quer mesmo é ver o Homem-Aranha voando por cima de suas cabeças.
O espetáculo está em cartaz no Foxwoods Theatre. Os ingressos na orquestra custam US$ 187. Uma dica: para ver bem a coreografia aérea, é melhor evitar as 12 primeiras fileiras.
On Top: o vale-tudo da noite nova-iorquina
Para quem está a fim de conferir algumas das festas mais criativas da vida noturna de Nova York, basta ir atrás de um nome: Susanne Bartsch. A promotora de eventos suíça, radicada na cidade desde os anos 80, está de volta com força total depois de um período com poucos projetos. O destaque de sua volta é a nov festa On Top, no clube Le Bain, no último andar e no terraço do Hotel Standard, no Meetpacking District.
A festa, nas noites de terça-feira (trabalhar no dia seguinte não é uma preocupação da cultura clubber local), é famosa por sua mistura de tipos: de banqueiros a celebridades, de jovens andróginos a clubbers lendários da noite nova-iorquina dos anos 90. Segundo Bartsch, o figurino para On Top é “vale tudo e nada é demais”. Já foram vistos de vestido de noiva a uma galinha empalhada (como acessório).
O lugar também vale muito a pena. O destaque do andar de baixo é uma jacuzzi gigante em que qualquer um pode dar um mergulho. No de cima, há um bar ao ar livre, um chuveiro (também à disposição do público) e uma vista incrível da cidade. A música fica por conta de DJs como Will Automagic, que toca house e disco, ou seja, um mistura de décadas de 70 e 90.
Se noitada não é para você, o Le Bain abre todo dia no fim da tarde para uma disputada happy hour ao ar livre. Vale a pena. O clube fique no endereço 848 Washington Street. On Top é das 22 às 4 horas, às terças-feiras. Vale a pena chegar cedo. Uma dica: quem cuida da porta é Andrea, sempre com cara de poucos amigos.