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Planetário de Goiânia atrai apaixonados pelo espaço há 51 anos

Local conta com salas de aulas e pesquisa | 12.08.22 - 10:43
Planetário de Goiânia atrai apaixonados pelo espaço há 51 anos Foto: Letícia Coqueiro/A RedaçãoCarolina Pessoni
 
Goiânia - Há 51 anos, uma construção com telhado em formato de cone chama a atenção de quem passa na Avenida Contorno, no Centro de Goiânia. Trata-se do Planetário Juan Bernardino Marques Barrio, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que fica ao lado do Parque Mutirama.

Em sua cúpula de 12,5 metros de diâmetro, promove atividades educativas de extensão, com o auxílio de recursos técnicos audiovisuais. Todas as práticas são ralizadas com a orientação de professores mestres e doutores do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG.
 
A história começou no início da década de 1970 a partir de um pedido feito pelo professor José Ubiratan de Moura, que na época lecionava a disciplina de Cosmografia para o curso de Geografia da UFG. O professor solicitou à União um equipamento chamado telúrio, um modelo didático simples para colocar em cima de uma mesa, no qual se pode simular o movimento da Terra em torno do Sol em um referencial heliocêntrico.
 
O pedido, entretanto, não foi compreendido pelos técnicos do governo federal. O que era pra ser um simples equipamento, ganhou proporções inimagináveis. Como o Ministério da Educação (MEC) estava em negociação com o governo da Alemanha Oriental, Goiânia foi escolhida para receber um planetário. 
 
Assim, ao invés de um equipamento que caberia na mesa do professor Ubiratan, o que chegou na UFG foram: um Planetário Zeiss Jena Spacemaster e um telescópio Zeiss, Cassegrain 150 milímetros de diâmetro e distância focal 2.225 milímetros.


(Fotos: Reprodução/Facebook)
 
Após a doação do equipamento pelo MEC, a UFG fez um acordo com a Prefeitura de Goiânia, por meio do então prefeito Iris Rezende, para que fosse construída uma sede para receber a tecnologia. O local escolhido pela prefeitura foi o Parque Mutirama. Grande parte das pessoas não tinha ideia da importância do planetário e muitas delas acreditavam que era apenas um novo brinquedo que tinha chegado ao parque.
 
O Planetário foi, então, inaugurado em 23 de outubro de 1970 e a solenidade contou com a presença de autoridades e convidados. A primeira sessão foi "Viagem ao Sistema Solar", gravada na Rádio Universitária por Edgar Montório. E o primeiro diretor, o próprio professor José Ubiratan de Moura, que permaneceu no cargo até 1972, quando as atividades foram paralisadas.
 
A estrutura física era inadequada e a cobertura externa não suportou as chuvas do primeiro ano. Os vazamentos de água começaram a danificar os equipamentos e, durante uma sessão, houve um curto-circuito no aparelho. As atividades foram paralisadas em agosto de 1972 para recuperação e conserto do projetor e ampliação e construção do prédio atual.
 
A reinauguração ocorreu em 30 de março de 1977, com o professor José Eduardo Albuquerque de Macedo Costa como seu diretor. São originais a cúpula interna e as poltronas da sala de projeção.
 
Encantamento do público
Nos anos de 1980, a população se encantou pelo Planetário, com grande visitação de escolas tanto públicas quanto particulares. Neste mesmo ano foi criado o curso de Iniciação à Astronomia para o público em geral, com cobrança de uma taxa simbólica e duração de cerca de quatro meses.


(Foto: Reprodução/Facebook)
 
Ainda em 1980, houve a inauguração do Observatório Astronômico Canopus, com sede no Câmpus Samambaia da UFG. O nome Canopus foi escolhido por ser esta a estrela que representa Goiás na bandeira do Brasil. O local foi construído para ser colocado o Zeiss Telescópio Cassegrain 150 milímetros de diâmetro e distância focal 2.225 milímetros para se fazerem observações do céu, já que, na época, a região era longe das luzes da cidade.
 
Em agosto de 2004, um fato marcou a história do Planetário da UFG. Nesta data ocorreu a oposição do planeta Marte e, em uma única noite, 1.480 pessoas compareceram ao local para serem atendidas por apenas três professores. As atividades foram a observação do céu através de um único Telescópio Celestron e, simultaneamente, a sessão "Viagem a Marte" na sala da cúpula.
 
No início de 2007, ocorreu a última reforma total do edifício do Planetário, com mudanças significativas no espaço interno. No mesmo ano, iniciaram-se as atividades do mestrado em Ensino de Ciências e Matemática com sede no Planetário da UFG, possibilitando a captação de novos recursos financeiros para melhorias na infraestrutura, aquisição de equipamentos e material bibliográfico.
 
Referência nacional
O projetor Zeiss Spacemaster, situado ao centro da sala de projeções, é o mais antigo em funcionamento no Brasil e foi o terceiro a ser inaugurado no país. Há cerca de 60 planetários fixos e 50 planetários móveis no Brasil, sendo muitos deles filiados à Associação Brasileira de Planetários (ABP), cuja sede é no Planetário da UFG.
 
O diretor do Planetário, Rafael Miloni Santucci, que é mestre e doutor em Astronomia, destaca que a unidade de Goiânia tem extrema importância não só para a cidade, mas como o país. "Seu equipamento é histórico! O coração do Planetário é o seu projetor SpaceMaster, que encontra-se em excelente estado de conservação por conta da manutenção própria e constante da Universidade."

 
Projetor Zeiss Spacemaster do Planetário da UFG (Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)

Rafael explica que o projetor  é capaz de reproduzir o céu de qualquer época ou lugar da Terra, além de muitos outros fenômenos celestes visíveis a olho nu. "Através dele, os espectadores podem contemplar o verdadeiro céu da natureza, completamente estrelado, um patrimônio natural que perdemos por conta da iluminação artificial das cidades", ressalta.
 
Atualmente estão disponíveis para o público sete sessões, com duração de 35 a 45 minutos, e indicadas para todas as idades. São elas: "Descobrindo o Sistema Solar", "Viagem à Nebulosa de Órion", "O Planeta Vermelho", "O céu da Bandeira do Brasil", "Tainá-Kan (Estrela da Manhã)" e "O Príncipe Sem Nome".
 
Rafael diz que, além das sessões da cúpula de projeção, o Planetário ministra aulas para os cursos de graduação e pós-graduação da UFG, possui telescópios para observação amadora com o público e uma biblioteca com acervo especializado. O local também abriga laboratórios que fazem pesquisas em ensino de Astronomia e observacionais em Astrofísica, por meio da operação remota dos maiores telescópios brasileiros, e realiza palestras e aulas fora do seu espaço.
 
Funcionamento
Por conta da pandemia de covid-19, as sessões do Planetário ficaram suspensas de março de 2020 até agosto de 2022. "Para minimizar os riscos e não contribuir com a transmissão desenfreada do vírus, retornamos as apresentações aos poucos, primeiramente e exclusivamente para agendamento escolar, limitando somente uma escola por apresentação e uma sessão por período (manhã ou tarde), utilizando dois terços da capacidade da sala de projeção, que resulta no máximo de 80 espectadores por sessão", explica o diretor.
 
Por ser um ambiente completamente fechado, a recomendação é que os visitantes utilizem máscaras e que, preferencialmente, tenham sido imunizados com ao menos duas doses da vacina contra covid-19. "Somente quando o número de mortes estiver praticamente zerado ou o esquema vacinal da população local atingir cobertura maior que 95% (duas doses) é que as sessões para o público em geral retornarão. Portanto, não há previsão desta data ainda", comenta Rafael.


Sala de projeção tem capacidade para 120 pessoas (Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
No funcionamento normal, as sessões abertas ao público (até 120 pessoas) ocorrem somente aos domingos. As sessões a serem exibidas mudam a cada mês, mas os horários são sempre os mesmos: 15h30 para o público infantil e 17h para o público jovem-adulto.
 
Serviço
Planetário Juan Bernardino Marques Barrio - UFG
Endereço: Av. Contorno, nº 900, Parque Mutirama, Setor Central
Telefone: (62) 3225-8085


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