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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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Uma espera que valeu a pena

| 10.08.22 - 07:00 Uma espera que valeu a pena (Foto: divulgação)A trama de Sandman, que estreou na Netflix na semana passada baseada nas HQs de Neil Gaiman, se desenrola a partir do aprisionamento de Morpheus, senhor do Sonhar e um dos Perpétuos, por um bruxo humano que tentava capturar sua irmã, a Morte. Após mais de um século, ele se liberta e precisa consertar os danos.
 
Como fãs, nossa espera não foi tão longa: pouco mais de 30 anos por uma adaptação. O gibi, que começou a ser publicado em 1987, já recebeu uma proposta da Warner em 1991, depois do sucesso de Batman (1989), inclusive com Tim Burton no pacote. Neil Gaiman, criador da série e que conseguiu o milagre judicial de reter os direitos sobre a sua criação, recusou. E recusou de novo. E recusou outra vez.
 
Ao longo das décadas, foram várias propostas, rascunhos e pré-produções que nunca saíram do chão. Até agora. E vale dizer: a espera valeu a pena. Sandman, o seriado, é uma adaptação quase compulsivamente fiel aos quadrinhos originais, às vezes reproduzindo quadros e falas ipsis litteris. Essa mesma devoção está por toda a parte: na escolha por filmar em uma proporção de tela única; na cenografia; no elenco.
 
Muitos “fãs” criticaram a presença de atores negros, queer e mulheres em papéis originalmente brancos ou masculinos, mas esse tipo de polêmica nem vale o tempo que gastei escrevendo este parágrafo: estão todos excelentes em cena.
 
Sandman foi tão bom que renovou a minha fé de fã: como admirador de longa data da obra-prima de Gaiman, até então considerada “inadaptável”, a conquista desta primeira temporada abre portas e janelas para que outras obras fantásticas ganhem as telas, inclusive fantásticas enquanto gênero: séries weird ou especulativas raramente ganham espaço no mainstream, não sendo consideradas engajantes com o grande público, muitas vezes se agarrando a subterfúgios, como a política, nudez e violência de Game of Thrones, para atrair o público.
 
Sandman não faz tais comprometimentos. O seriado é tão fantástico e experimental quanto às páginas dos gibis.

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