Carolina Pessoni
Goiânia - Os vitrais coloridos no encontro das ruas 68 e 71, no Centro de Goiânia, chamam a atenção de quem passa. Eles pertencem à Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia (PIPG), que funciona no endereço desde 1938.
A história da congregação, entretanto, começa três anos antes. No dia 31 de agosto de 1935 foi realizado um culto inaugural entre membros de diversas denominações protestantes em Goiânia, incluindo os presbiterianos. O culto iniciou o trabalho que deu origem à Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia.
Neste mesmo ano, o reverendo Antônio Nunes de Carvalho, que até então residia em Araguari (Minas Gerais), mudou-se para o município de Campinas (que atualmente é Bairro de Goiânia), objetivando fundar uma Congregação Presbiteriana ali. Ainda neste ano, em 28 de outubro, passaram a ser realizados cultos somente entre presbiterianos.
Primeiro templo da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, ainda em Campinas (Foto: Acervo/PIPG)
No ano seguinte, em 1936, foi inaugurado o templo, com apenas cinco famílias entre os membros. Com a chegada de mais duas famílias, a congregação mudou-se para o Bairro Botafogo e, depois, para o Bairro Popular (Rua 55). Assim, a congregação chegou a um total de 85 membros, sendo acompanhada pela Missão Oeste do Brasil, através do Rev. David Lee Williansom, pastor da Igreja Presbiteriana de Araguari (Minas Gerais).
Pastor titular da congregação, o reverendo Ericson Liberato Martins conta que em 1938 Divino José de Oliveira adquiriu do Estado, a prestações, o lote n° 1-10 da Quadra 107, situado à Rua 68, esquina com a Rua 71, ao custo de 1:758$800 (Um conto, setecentos e cinquenta e oito mil e oitocentos réis), e o doou à congregação para construírem o Templo Presbiteriano.
"Foi formada então a Diretoria, uma Comissão de Construção e uma Comissão de Finanças. Essas duas comissões não pouparam esforços. Reuniam-se sistematicamente para planejar, avaliar, replanejar cada detalhe da construção, além de prestarem relatórios de suas atividades e, principalmente, das arrecadações de ofertas e contribuições que chegavam", explica o reverendo.
As campanhas e doações resultaram na contribuição de 6:714$600 (seis contos, setecentos e catorze mil e seiscentos réis). Além disso, conseguiu-se um crédito de 2:000$537 (dois contos, quinhentos e trinta e sete réis) que, somado ao valor do terreno doado, totalizava o valor do templo em construção.
Pedra fundamental do templo da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia (Foto: Acervo/PIPG)
A construção do templo teve início em 1939 com esse dinheiro e com os serviços braçais e de administração gratuitos, que possibilitaram terminar a primeira etapa da construção da igreja. A Igreja passou a ter o seu primeiro pastor residente em 1940, o pastor-missionário reverendo Jaime Woodson, juntamente com sua esposa Jessie e filhos.
Em 1941 a Igreja teve um rápido crescimento no número de membros. Foi necessário, então, construir um templo maior, inaugurado em 1944. Em 16 de maio de 1948 a Congregação se organizou como Igreja Cristã Presbiteriana de Goiânia-Goiáz (conforme ortografia da época), elegeu o seu Conselho e a Junta Diaconal, sendo composta por cerca de 230 membros comungantes.
Nos documentos da igreja consta que os membros ofereciam joias, pertences e relíquias, tudo que podia resultar em auxílio financeiro para a construção. "Era admirável a generosidade desse grupo que se empenhara em ajudar de alguma forma na causa de Cristo, nessa cidade", lê-se nos registros.
Pastor titular da PIPG, Ericson Liberato Martins (Foto: Letícia Coqueiro)
O templo foi construído em três etapas, teve sua planta elaborada pelo arquiteto José Amaral Neddermeyer e doada pelo Estado de Goiás, por ordem direta do então governador Pedro Ludovico Teixeira. Em dezembro de 1984 foi inaugurado o templo atual com capacidade para 660 pessoas.
"Atualmente a igreja conta com mais de 1.500 membros. É uma igreja bem heterogênea, temos pessoas de todas as classes sociais, graus de instrução, que vieram de outras denominações", conta o pastor Ericson. Ele ressalta ainda que são membros fiéis, que se identificam com o "rigor na pregação e no estudo da palavra" que tem a Igreja Presbiteriana.
Para Ericson, a localização da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia é privilegiada. "Está no centro da cidade, em uma posição estratégica. A história da Capital e a da igreja estão ligadas, têm quase a mesma idade, cresceram juntas."
A coluna Joias do Centro tem o apoio da Sim Engenharia
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Foto: Letícia CoqueiroCarolina Pessoni
