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Leonardo  Razuk
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Leonardo Razuk é jornalista / atendimento@aredacao.com.br

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Trilha para os embalos de sábado à noite

| 23.07.21 - 12:03 Trilha para os embalos de sábado à noite (Foto: divulgação)
Considerado “o cara mais legal do rock”, Dave Grohl é mesmo aquele sujeito boa praça, carismático, sempre disposto a ajudar, engraçado, contador de boas histórias, pilhado, que faz piadas de si mesmo e que não perde uma festa (ou melhor show) nem com a perna quebrada (lembra desse episódio?).  O típico amigo que chega na festa da turma e diverte todo mundo.

Dave Grohl pode até soltar umas “piadas” de tiozão e bem insossas com o Foo Fighters, mas volta e meia nos presenteia com sacadas geniais, igual quando assumiu a bateria do Queens of the Stone Age ou à frente do Probot (seu projeto de heavy metal) ou do Them Crooked Vultures, seu grupo ao lado de John Paul Jones (do Led Zeppelin) e Josh Homme (do QOTSA) – sem esquecer que ele foi o baterista do Nirvana. Precisa de mais?

E se o que ele gosta é mesmo de proporcionar diversão, sua nova investida musical é pura e simplesmente isso: curtição. Com o alter-ego de Dee Gees o Foo Fighters acaba de lançar um disco em homenagem ao icônico grupo Bee Gees, formado pelos irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb e que se tornou um dos maiores nomes da disco music nos anos 70 – depois de amargar fracassos tentando ser uma espécie de Beatles australiano.


Hail Satin, o disco dos Dee Gees, traz cinco covers do grupo australiano. A base é a clássica trilha sonora do filme Saturday Night Fever (Os Embalos de Sábado à Noite), lançado em 1977, e que rendeu aos irmãos Gibbs inúmeros prêmios (entre eles os Grammy de Melhor Álbum e Melhor Grupo Vocal) e conquistou, só nos EUA, 15 discos de platina (alguém da nova geração sabe o que é isso?). Pois saiba que esse disco é, até hoje, a segunda trilha sonora mais vendida de todos os tempos e ocupa a 7ª colocação geral como álbum mais vendido da história – com mais de 42 milhões de cópias.

De Saturday Night Fever, o Dee Gees gravou as matadoras Night Fever, More than a Woman e You Should Be Dancing, que foi lançada inicialmente em 1976, no disco Children of the World, e depois reapareceu na trilha do filme estrelado por John Travolta e dirigido por John Badham. Impossível ouvir e não ficar com vontade de dançar. Diversão total! Além delas, o Foo Fighters também gravou Tragedy (do álbum Spirits Having Flown, de 1979) e ainda Shadow Dancing, que na verdade é do irmão mais novo dos Bee Gees, Andy Gibb, que nunca chegou a fazer parte da banda e lançou três discos solo, antes de morrer aos 30 anos, em 1988.

O Dee Gees é só mais uma das brincadeiras de Grohl. Não se pode levar a banda a sério. Vale mais pela curiosidade (ouça Grohl cantando de forma incrível em falsete!) do que o resultado em si. As fotos promo são divertidas também, com a banda toda vestida com visual anos 70.

Hail Satin não é um álbum de releituras. É uma homenagem correta e fiel aos arranjos originais, sem ousadias e pretensões. Grohl quis apenas relembrar de uma banda que ele curtia quando moleque – o vocalista/guitarrista/baterista já contou várias vezes que chegou até a ter um cachorro chamado Bee Gee, quando era criança em Miami. O repertório vai funcionar bem nos shows do Foo Fighters, mas não passa muito disso. É disco, de fato, para animar o sábado à noite, a resenha do fim de semana e só.

Para completar o lançamento, o Foo Fighters também disponibilizou uma espécie de “lado b” com cinco músicas do último disco da banda (Medicine at Midnight) gravadas ao vivo. São elas Making a Fire, Shame Shame, Waiting on a War, No Son of Mine e Cloudspotter. Pode abrir a gelada e se divertir no fim de semana.
 
PS – Se você quer conhecer uma inusitada e original versão de Bee Gees, ouça aqui a gravação que Ozzy Osbourne fez para Stayin’ Alive. A música entraria no disco Confessions, de Dweezil Zappa, filho de Frank Zappa, mas acabou vetada pela gravadora de Ozzy na época (1991). Felizmente a internet nos proporciona ter acesso a essas pérolas!
  


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