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Sobre o Colunista
Leonardo Razuk
Leonardo Razuk é jornalista / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: divulgação)
Filho de peixe, nem sempre peixinho é. O mais comum é vermos filhos de grandes celebridades que mal conseguem jogar no gol. O sobrenome pesa, a cobrança parece ser ainda maior, as comparações são inevitáveis e o fracasso se torna quase certo. Mas este não é o caso de Wolfgang Van Halen, filho do mestre Eddie Van Halen.
O solitário Wolf acaba de lançar um disco todo pensado e executado por ele. Mammoth WVH, já disponível nas plataformas digitais, traz 14 músicas registradas no lendário 5150 Studios, com o jovem Van Halen cantando e tocando simplesmente todos os instrumentos. Afinal, Wolf sabe tocar tudo desde cedo. Aos nove anos já brincava com a bateria do tio Alex até ganhar a própria. Aos 15, já fazia aparições tocando guitarra em alguns shows do Van Halen e, em 2006, chegou a substituir o baixista Michael Antony em parte da turnê do Van Halen.
Com essa vivência, um grande mestre em casa e estúdio à disposição, WHV começou a experimentar e registrar músicas nos últimos anos. O pai, morto em outubro do ano passado, chegou a ouvir algumas e, claro, dar preciosos conselhos. Infelizmente não viu o trabalho pronto.
(Foto: divulgação)
Mas homenagens ao mestre Eddie não faltam. A começar pelo título do álbum (e da “banda”): Mammoth foi o primeiro nome do Van Halen, lá nos anos 70. Já o primeiro single do álbum, Distance, lançada ainda no ano passado, é uma baladona de cortar o coração com versos que agradecem pelo pai ter achado um “lugar melhor” (Eddie sofreu por três anos com câncer), enquanto ele ainda procura o seu. “I'm so nervous / Don't know my place / A life without you / I'm not ready to move on...”, canta Wolf Van Halen para depois nos arrebatar com o refrão: “No matter what the distance is, I will be with you / No matter what the distance is, you'll be okay”. De arrepeiar! Amor puro. “When it's love, you can feel it yeah!”, diria o pai.
Há ainda a música de abertura do disco, Mr. Ed, com um riff poderoso e técnicas no solo que lembram o estilo do pai, mas com um vocal que tem sido comparado ao de Jerry Cantrell. Emblemática para mostrar que há o legado da família sim, mas o Wolf Van Halen imprime sua marca e dá uma direção própria às suas canções.
Mammoth WVH é um ótimo disco de hard rock, mas sem a crueza dos anos 70 ou o kitsch dos anos 80. Tem seus momentos bem radiofônicos (a exemplo de Think It Over), mas aponta para uma sonoridade atual, um pop de muito bom gosto e com influências do grunge. Tem sim alguma coisa do Alice in Chains e muito mais do Foo Fighters do que Van Halen. Fãs mais fervorosos podem torcer muito o nariz para isso, no entanto WVH mostra as suas garras.
Os grandes destaques são faixas como a densa Stone, rockões como Don’t Back Down, You’ll Be The One, The Big Picture e Feel, essa com um solo de bateria absurdo! Cacetada! E é tudo muito bem executado, com timbres, riffs e solos poderosos, vocais bem colocados e acabamento muito correto. Não inova nada, mas diverte. Mr. Eddie Van Halen deve estar bem orgulhoso.
O solitário lobo Van Halen está pronto. E já até formou sua alcateia para uma turnê abrindo shows do Guns and Roses pelos Estados Unidos a partir de 31 de julho. É... lá a vida volta ao normal. Que tudo por aqui também volte para que possamos ouvir o uivo do Mammoth WVH ao vivo nessas terras.