A valorização de uma estética consciente, que compreende o cuidado com o corpo como uma extensão do cuidado com a mente, não pode ser negligenciada. Infelizmente, é isso que temos visto em nossa sociedade atualmente. A busca pela autossatisfação tem levado muitas pessoas a colocarem sua saúde e bem-estar em risco, em nome de resultados rápidos e baratos.
Nos últimos anos, testemunhamos o fechamento de inúmeras clínicas estéticas no Brasil, inclusive aqui em Goiânia. Só nos últimos meses, diversas unidades foram interditadas por funcionarem de forma irregular: sem alvará, com uso de produtos vencidos, falhas graves na esterilização de equipamentos e ausência de profissionais habilitados. Em um dos casos, um casal chegou a acumular mais de 60 denúncias de pacientes com sequelas sérias, como deformidades, perda de olfato e necessidade de cirurgias corretivas, após procedimentos realizados em ambientes despreparados e sem preparo técnico.
Esse retrato revela uma realidade preocupante: a estética vem sendo tratada por muitos como um atalho lucrativo, impulsionado por cursos rápidos e promessas fáceis de sucesso, enquanto o cuidado com a vida humana é deixado de lado.
A estética deve ser encarada como uma aliada do cuidado integral, envolvendo corpo e mente. A responsabilidade civil dos profissionais, o cumprimento das normas técnicas e a seriedade com que os atendimentos são conduzidos devem ser inegociáveis.
Eu me pergunto: quanto custa, de fato, a sua segurança física e emocional? Por isso, uma dica: invista em profissionais qualificados, que valorizem a saúde do paciente acima de tudo. Sua autoestima merece ser cuidada com consciência, respeito e responsabilidade. A estética pode, e devem ser um caminho de fortalecimento, não uma armadilha de riscos evitáveis.
*Raquel Mamedes é médica cirurgiã pós-graduada em medicina estética