Ser mulher nunca foi uma tarefa fácil, mesmo nos tempos atuais. A luta não foi menos dolorosa para chegar até aqui, porque continua sendo árdua para conquistar novos caminhos, sejam eles na vida profissional ou pessoal, devido aos inúmeros desafios. No convívio familiar, aprendi que a mulher tem o direito de ir e vir, assim como diz a Constituição Federal, ou seja, esse direito é para todas, mas nem todas podem exercê-lo, principalmente aquelas que hoje fazem parte da estatística de feminicídio. Diante disso, não é difícil perceber que a carência de políticas públicas para mulheres é visível e requer urgência, sem delongas nas discussões.
Para evitar esse tipo de violência, precisamos de ações do governo que visem promover a igualdade de gênero, o respeito à diversidade e o combate à violência contra as mulheres. Em Goiânia, a Guarda Civil Metropolitana tem se destacado nesse enfrentamento por meio do programa Mulher Mais Segura, lançado em 2018. Com esse trabalho, mais de 5 mil mulheres receberam suporte, sendo que 1.100 estão cadastradas atualmente.
Em 2024, a GCM informou ao Tribunal de Justiça 215 descumprimentos de medidas protetivas, sendo que 36 casos resultaram em prisões em flagrante. Além disso, o Botão do Pânico, inserido no aplicativo Prefeitura 24 Horas, desenvolvido em parceria com a Prefeitura, permite que mulheres em situação de risco acionem a viatura mais próxima. O sistema registrou 32 acionamentos em 2024. A Guarda também atua em casos de violência doméstica sem medida protetiva e realizou 23 prisões em flagrante no mesmo ano.
Pensando também na segurança das mulheres, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, por meio do Programa Brilha Goiânia, realizará a troca de cerca de 100 mil lâmpadas de postes públicos em 26 bairros até o fim de maio. A meta do consórcio é substituir 100 mil pontos em 100 dias, uma média de mil luminárias de LED por dia. Assim, a cidade ficará mais iluminada, proporcionando mais segurança para as mulheres, principalmente para aquelas que dependem do transporte público e precisam atravessar locais antes escuros.
Apesar de representarmos 51,5% da população brasileira — cerca de 6 milhões a mais que os homens, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 — as mulheres ainda enfrentam desigualdade no mercado de trabalho. Mesmo com maior escolarização (60,3% dos graduados são mulheres), ocupamos apenas 39,3% dos cargos gerenciais e recebemos, em média, salários 21,2% inferiores aos dos homens, que dominam 60,7% dessas funções e ganham, em média, R$ 8.378, contra R$ 6.600 das mulheres (IBGE, 2024). Portanto, esse cenário tem evoluído nos últimos anos, impulsionado por iniciativas de empresas que buscam maior equidade de gênero. No mercado imobiliário em Goiânia, esse movimento tem ganhado cada vez mais força.
Para conquistar a independência financeira, as mulheres antes procuravam cursos no ramo da estética, visando um retorno rápido. Hoje, representam 38% das conclusões no SENAI. Nos últimos cinco anos, as áreas mais procuradas foram: química, mineração, com destaque para construção civil (28%) e logística (59%). Diante disso, podemos observar que as mulheres estão deixando de lado a submissão imposta por uma sociedade machista e avançando em seus ideais.