Na Era Digital, a velocidade da informação é surpreendente. Em poucos segundos, um vídeo viral pode influenciar milhares de pessoas a tomarem decisões sobre sua saúde sem qualquer base científica. Na área médica, isso se torna uma questão de vida ou morte.
A segurança do paciente vai além do ambiente hospitalar ou da clínica: a segurança começa na informação que o paciente consome na internet. Mas como garantir que as redes sociais sejam um espaço confiável e que os profissionais de saúde assumam um papel ativo na educação do público?
É esse o debate que é preciso trazer à tona. Como gestora em saúde há 22 anos, com ampla experiência no desenho de fluxos internos para clínicas e hospitais, observo de perto o impacto da desinformação na tomada de decisão dos pacientes e como profissionais de saúde podem atuar para reverter esse cenário.
Hoje, o paciente chega ao consultório com um diagnóstico pronto, baseado em um post ou em um vídeo de 15 segundos. Mas e se essa informação estiver errada? E se ele escolher um profissional pelo Instagram, sem avaliar sua qualificação técnica? A desinformação tem consequências graves e, em alguns casos, pode levar à morte.
Mas o problema não está apenas nos pacientes que não investigam o histórico do profissional, antes de contratar seus serviços, e simplesmente acreditam na propaganda que circula nas redes sociais. O problema também está nas clínicas, hospitais e nos profissionais de saúde que não ocupam as redes ara combater informações falsas e orientar o público corretamente. É preciso estruturar a comunicação médica com responsabilidade, desde o primeiro contato digital até o atendimento presencial, garantindo que a segurança do paciente não seja comprometida pelo excesso de desinformação na internet.
É preciso ressaltar ainda que para se obter uma comunicação assertiva nas redes sociais, os profissionais da saúde devem se esforçar para se comunicar de maneira clara e inequívoca evitando ambiguidades que possam levar a mal-entendidos. Isso inclui, inclusive, a explicação de termos técnicos e apresentação de informações de maneira acessível na internet. A transparência nas redes sociais é uma expressão de ética profissional. Médicos e demais profissionais da saúde devem reconhecer que sua conduta online reflete sua honestidade, fortalecendo, assim, a confiança e a credibilidade.
No setor da saúde, é preciso ter muito cuidado quando o assunto é comunicação nas redes sociais para que a divulgação não prejudique a imagem do profissional nem a saúde e a segurança do paciente, para que, enfim, as redes sociais se tornem uma ferramenta de benefício para todos os envolvidos.
*Patrícia Costa: Gestora em Saúde, Fundadora e CEO do Instituto Patrícia Costa (IPC)