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Tatiana Potrich

Pensar como uma mulher

| 16.03.25 - 12:03
As práticas de Yoga clássica do Oriente, se desmembraram em várias modalidades oferecendo diversas opções aqui no Ocidente, tais como: Ashatanga Vinyasa, Hatha Yoga, Hatha Flow, Vinyasa Flow, Cora Vinyasa, Yoga Kurunta, Power Yoga, Hot Yoga, Yin Yoga, Yoga Aéreo e outras. 

Algumas modalidades de Yoga tendem a ser mais Yang, enquanto outras são mais Yin:

Yang representa o masculino, a luz, o calor, a atividade e a força.

Yin representa o feminino, a escuridão, o frio, a passividade e a suavidade.

Estatisticamente as práticas de Yang são mais populares e desejadas por ter um método que modela, reforça e revigora o corpo. 
Por outro lado, as práticas de Yin, que abordam mais a introspecção, a resiliência e o meditativo, ainda são pouco difundidas e procuradas em nossa região.

Isso talvez explique, o furor do empreendedorismo feminino, tão reverenciado e comentado, neste mês das mulheres.  

Uma data, aliás, que não entra na lista do movimento woke, porque além de ser percursora nas causas do "sexo frágil", é hors concours, já que só aceita quem tem útero e, por causa disso, temos um medo profundo.

Temos medo de engravidar na hora errada, medo de abortar, medo de amamentar, medo de envelhecer, medo da menopausa, medo de morrer.

Movidas pelas incertezas do medo, as mulheres decidiram aderir a hormônios, antidepressivos, creatinas, glutaminas, morfinas, wheys e tudo mais que lhes dê força para deitar e rolar em seus 'colhões', ops, em seus colchões.

Uma alternativa para escapar de tantas fórmulas químicas, os alopáticos, é a prática de Yoga, que trabalha as energias Yin e Yang, forças opostas e complementares que regem o corpo, a mente e o espírito.

Um paradoxo vital:
Queremos trabalhar, empreender, consumir, ser independentes, malhar (energia Yang), mas sem perceber estamos nos afastando da nossa natureza feminina (energia Yin), a nossa capacidade artística e sensível para criar, cuidar, cozinhar, bordar e pensar como uma mulher.
 
Anora, o filme vencedor de 5 Oscar é o típico tapa na cara da realidade feminina. Uma mulher que trabalha para um homem e tem que se submeter a outros para garantir seu sustento. Ao ter a oportunidade de se casar, ela é traída e posteriormente rejeitada.
Aqui a profissão é a prostituição, mas o filme é uma mórbida metáfora que encena a vida como ela é.

Estamos sempre trabalhando em prol dos homens e, pior, nos aproximando cada vez mais da natureza competitiva deles, enquanto nos afastamos da nossa.

Essa história da mulher ser o que ela quiser ser tá mais para fábula de Sessão da Tarde, que para a realidade nua e crua.
Já dizia o velho ditado: querer não é poder, ou parafraseando Mario Sérgio Cortella: Tem coisa que eu quero, mas não posso; coisa que posso, mas não devo e coisa que devo, mas não quero.

Dilemas da contemporaneidade que a Filosofia pode até tentar resolver, mas a nossa TPM sempre revidará. 
Como cantava Raimundos: mulher de fases.
 

*Tatiana Potrich é designer de joias e curadora de eventos culturais

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