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José Israel Sanchez Robles

Ansiedade e medicação

| 17.02.25 - 09:14
É só falar em ansiedade que muita gente se identifica e a julga como algo ruim, mas essa emoção, que não tem uma fama muito boa na sociedade, é apenas uma resposta natural do organismo a situações de estresse, um mecanismo de sobrevivência que prepara o corpo para lutar ou fugir. No entanto, a má fama ocorre porque, no mundo moderno, esse sistema é ativado com frequência excessiva, levando a sintomas crônicos que prejudicam a saúde mental e física. O que muitos não sabem, porém, é que identificar e controlar a ansiedade sem medicação é possível, mas exige compreensão e mudanças de hábitos.
 
Além da preocupação constante, a ansiedade se manifesta por meio de sintomas físicos. Entre os principais efeitos estão o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, a tensão muscular, que pode causar dores generalizadas, além de problemas digestivos, como azia e refluxo. Também são comuns alterações no sono e fadiga persistente, afetando a disposição e a qualidade de vida. Vale lembrar que as fontes de ansiedade na atualidade estão diretamente ligadas ao estilo de vida moderno.
 
O excesso de estímulos digitais, como o uso constante de redes sociais, sobrecarrega o cérebro com um volume excessivo de informações e comparações. A pressão pela alta produtividade e a instabilidade financeira também mantêm o organismo em estado de alerta contínuo. Além disso, a falta de tempo para um descanso adequado compromete a ativação do sistema nervoso parassimpático, essencial para a regulação do estresse e o restabelecimento do equilíbrio físico e mental.
 
Para lidar com a ansiedade e controlá-la, é possível adotar técnicas não farmacológicas. Métodos como a respiração diafragmática e o mindfulness estimulam o nervo vago, promovendo a regulação do sistema nervoso e reduzindo a hiperatividade do sistema simpático. A prática regular de atividade física contribui para a diminuição dos níveis de cortisol, ao mesmo tempo que estimula a liberação de serotonina e endorfina, favorecendo o humor e a qualidade do sono. Além disso, uma alimentação equilibrada, rica em triptofano – presente em alimentos como banana e aveia –, auxilia na síntese de serotonina, reforçando o equilíbrio emocional e mental.
 
Essas recomendações, segundo o médico, aliadas à exposição à natureza, que auxilia na redução dos níveis de cortisol, e a técnicas como o journaling – prática de escrita regular para organizar pensamentos, emoções e reflexões – e a terapia cognitivo-comportamental (TCC) contribuem para a reestruturação de padrões de pensamento negativos. Manter um sono de qualidade, com uma rotina noturna consistente e menor exposição à luz azul, é essencial para a regulação hormonal e o equilíbrio do sistema nervoso.
 
O controle da ansiedade, no entanto, exige uma abordagem multidisciplinar, que integra estratégias fisiológicas, comportamentais e ambientais. O acompanhamento profissional é fundamental em casos crônicos, mas pequenas mudanças no dia a dia podem ter um impacto significativo na saúde mental, promovendo mais equilíbrio e bem-estar.
 
*Dr. José Israel Sanchez Robles é médico intensivista e nutrólogo

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