Recentemente, tive a oportunidade de representar a Adial em um Fórum da ONU em Genebra, na Suíça, onde destaquei, com bastante ênfase, a importância do Cerrado para os objetivos de sustentabilidade global da própria ONU. Estes objetivos recebem a sigla ODS e visam integrar aspectos sociais, econômicos e ambientais, promovendo um modelo de desenvolvimento que sejainclusivo, sustentável e justo para todas as pessoas.
Sabemos que o Brasil é um dos principais atores no que tange à segurança alimentar mundial e o Cerrado se posiciona como um dos biomas mais relevantes para a produção de alimentos sustentáveis e bioenergia. De acordo com um estudo da Embrapa encomendado por nós, o Cerrado ocupa 203,6 milhões de hectares, distribuídos em 12 estados e no Distrito Federal, cobrindo aproximadamente 24% do território brasileiro.
Apesar da crescente produção agropecuária na região, mais de 52% da sua vegetação natural permanece preservada, evidenciando um equilíbrio entre produção e conservação ambiental. Além disso, os produtores rurais do Cerrado dedicam 43% de suas propriedades à preservação, o que representa cerca de 68 milhões de hectares mantidos em seu estado natural. Importante salientar que produzimos 85,84% do algodão do Brasil (5,5 milhões Ton/ano), 49,7% do milho (55,4 milhões Ton/ano) e 55,3% da soja do Brasil (66 milhões Ton/ano), dentre outros.
O Brasil, graças ao Cerrado, tem condições de continuar garantindo alimentos para milhões de pessoas ao redor do mundo sem abrir mão da sustentabilidade. E esta é uma preocupação constante em nosso trabalho desenvolvido à frente da Adial, bem como de nossos associados que representam parcela significativa do PIB Goiano.
Infelizmente, a percepção internacional sobre a ocupação de terras produtivas no Brasil, muitas vezes desconsidera vários dados concretos sobre preservação e gestão ambiental conduzida pelos produtores e pela agroindústria. Por isso, é fundamental melhorarmos a narrativa sobre a grande riqueza e potenciais do Cerrado, mostrando para o mundo inteiro que é possível produzir com responsabilidade e compromisso ambiental.
Precisamos investir cada vez mais em pesquisa, tecnologia e políticas que incentivem as boas práticas do setor produtivo na região do Cerrado, isto será determinante para o futuro da humanidade.
*Edwal Portilho é presidente-executivo da Adial