Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

TATIANA POTRICH

Cannabis é plural

| 30.06.24 - 10:58
"O que faz ela especial é a diversidade. Eu até gosto do nome, porque cannabis tem um 's' no final, então ela é bem plural mesmo. Ela tem pelo menos 100 variedade de canabinóides", disse a consultora canábica, Luna Vargas, em live realizada em 24/03/2021, pelo instagram de @eauxparfums e @lunavargas.
 
Luna Vargas é goiana, educadora, palestrante e mestre em Antropologia Social e Etnomusicologia pela Escola de Altos Estudos em Ciências da França. É fundadora da Inflore, primeiro curso de ciência e mercado do Brasil em formação de consultor canábico para plantação, produção e comercialização como budtender em dispensários.
 
Especialista sobre o assunto, Luna nos promove uma aula nesta live, há três anos, mas ainda disponível no link: Querem aula, então toma!
 
Num papo descontraído e cheio de informação orquestrado pela chique e cheirosa perfumista, Leonora Rocha Lima Nogueira, Luna pode dizer hoje que colhe frutos (ou flores) e, pode ver com os olhos otimistas, um mercado que aos poucos vai se abrindo e aceitando a realidade desta mágica e terapêutica planta medicinal.
 
Embora ainda pessimista, aos olhos de nosso saudoso Papa, a legalização das drogas ainda é um tanto controversa, no entanto, atualmente, o que se discute é a descriminalização e a conscientização do que é, para que serve e por quê. Esta erva medicinal pode estar no planeta antes mesmo de nossa insignificante presença. Estudos antropológicos descobriram sementes da planta em uma múmia na China, datada há mais de 5 mil anos. Rituais de mumificação eram cerimônias importantes onde se guardavam junto ao corpo toda espécie de elementos e ingredientes valiosos que nutrissem e protegessem a passagem para um pós-morte.
 
Ao longo da história a cannabis passou por liberações e proibições contrapondo culturas, costumes e dogmas, como em períodos de lei seca, quando o álcool era ilegal, mas se comercializava, livremente, o composto da erva em farmácias. Sua proibição também remonta a trajetória tétrica do racismo, principalmente em sociedades que associavam a população negra com traficantes, banindo e criminalizando a planta para reforçar o conveniente discurso racista contra uma comunidade que já manifestava seus talentos na música gospel, no jazz, no blues, no reggae, no samba e noutras expressões artísticas.
 
A contradição humana é tanta, que o Pai da Cannabis Medicinal, Raphael Mechoulam (1930-2023), químico israelense, conseguiu prosseguir suas pesquisas sobre esta misteriosa e magnífica planta, na conturbada Israel (e percebam a ironia geográfica do denso, ao contrário do país do tio Sam, os EUA, as pesquisas até hoje sofrem infundadas proibições). Mechoulam conseguiu isolar os canabinoides THC, CBD e CBG, que são psicotrópicos para aplicá-los como fitocanabinaoides promovendo efeitos analgésicos, ansiolíticos e antidepressivos.
 
Entender e estudar esta planta não é só uma questão de prazer e good trip, mas um bem de necessidade pública. Os preconceitos e padrões sociais obsoletos retrocedem o progresso, não só para a saúde, mas culturalmente também.
 
A cannabis recebeu a carinhosa insígnia de Marijuana, porque sua flor nasce apenas em plantas fêmeas, cujo nome homenageia a mãe de Deus, Santa Maria.
 
Bob Marley, o pai do reggae, defendia que a cura definitiva para a violência e guerra estava na música, na paz de espírito, através do som, no contato psicotrópico da música e sua relação mística com Deus, ou Jah. A Ciência comprova que isso é verdade, porque quase tudo que lidamos no mundo material é baseado (ops) na frequência. A música é a propagação de uma onda mecânica acústica que vibra em diferentes frequências, atraindo e propagando na mesma proporção. Se você vibra good, good will be come, se você vibra bad, é isso que vem...
 
E como bem lembrou a perfumada perfumista, Leonora em sua live com Luna:
"Bob já dizia, o Sol é a ponta do baseado de Deus"

*Tatiana Potrich é designer de joias e curadora de eventos culturais
 

"Mona Brisa", créditos Quadros Mais, Q+
 


@lunavargas


@bobmarley


Live por @eauxparfums


@voguebrasil


Coleção particular

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351