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Emanuel Pinheiro de Faria

Manejo do solo e produção de água

| 14.04.21 - 16:12
Quando se trata de produção agropecuária, é impossível não fazer relação ao manejo do solo e à produção de água. Um depende do outro para alcançar bons resultados e garantir o desenvolvimento sustentável da atividade no campo. Nesta data, 15 de abril, comemoramos o Dia Nacional de Conservação do Solo. É a oportunidade de ressaltarmos a importância do solo e da água para a vida no nosso planeta e também demonstrar o que o setor tem feito para preservar e fortalecer esses recursos naturais, especialmente por meio de políticas públicas desenvolvidas pelo Governo de Goiás.
 
A demanda por água, por exemplo, é crescente em todo o mundo e as projeções são de aumento significativo até o ano de 2050. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o aumento gira em torno de 55% a nível mundial entre 2000 e 2050, principalmente devido à indústria, a energia elétrica e o uso doméstico.
 
Sabendo do papel fundamental deste recurso natural em todos os setores da economia e, em paralelo ao aumento gradativo de demanda, é nítida a urgência em se promover cada vez mais a produção de água. Neste sentido, existe uma infinidade de práticas de manejo, que possibilitam maior cobertura e estruturação dos solos, aumentando a infiltração e contribuindo, assim, para a produção de água.
 
O Estado de Goiás possui uma população estimada de 7.113.540 habitantes, sendo que 48% das pessoas estão concentradas em 38 municípios na Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, localizada no centro-sul do Estado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso demonstra uma alta demanda de água no sistema de captação para abastecimento público e uma frequente situação de risco de emergência hídrica para a bacia.
 
O Decreto Estadual n° 9.670, de 02 de junho de 2020, declarou situação de risco de emergência hídrica, nas Bacias Hidrográficas do Alto Rio Meia Ponte e do Ribeirão Piancó e definiu ações para garantir o uso prioritário da água. Com isso, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), tem atuado no sentido de apoiar os produtores rurais na execução de ações de recuperação de áreas degradadas, entre outras ações de conservação de solos e produção de água, além de realizar ações de estímulo à produção rural sustentável.
 
O primeiro passo para o desenvolvimento de projetos que visem a conservação do solo e da água é a delimitação de microbacias hidrográficas para que se possa planejar as intervenções a serem implantadas, mensurar os quantitativos históricos de chuvas na região, monitorar e avaliar os avanços ao longo do tempo.
 
As estratégias técnicas para a conservação do solo estão atreladas às práticas conservacionistas e vegetativas como, por exemplo, plantio direto, adoção de sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta (ILPF), adubação química e orgânica, rotação de culturas, controle de queimadas, construção de terraços, adubação verde, reflorestamento, implantação de sistemas de irrigação mais eficientes, manejo e reforma de pastagens, construção de barraginhas e readequação de estradas rurais com abaulamento e elevações.
 
Todos os projetos e intervenções apoiados pela Seapa estão sendo propostos e executados de acordo com o Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, e Código Florestal Goiano, Lei 18.104, de 18 de julho de 2013, obedecendo aos quantitativos mínimos estabelecidos e considerando a especificidade de cada propriedade.
 
Há uma grande urgência em se promover a recuperação de nascentes em toda a bacia hidrográfica, que, por sua vez, exercem um papel fundamental na formação e manutenção dos recursos hídricos. Assim, a Seapa tem realizado visitas de campo, orientado e proposto intervenções para a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP’s) em torno de nascentes, não só como ponto de partida estratégico para recuperação dos recursos hídricos, mas também para preservar a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo, manter e ampliar a beleza cênica das paisagens, e assegurar o bem-estar das populações humanas.
 
*Emanuel Pinheiro de Faria é engenheiro agrônomo, especialista em Perícia Ambiental e assessor técnico da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)

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