Adriana Marinelli e Ludymila Siqueira
Goiânia - O estado de Goiás está em alerta em 2025 devido ao retorno, após mais de uma década, da circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue. Até o momento, mais de 2 mil casos da doença foram registrados este ano, e seis mortes estão sendo investigadas para verificar se têm ligação com o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A informação foi divulgada pelo governador Ronaldo Caiado durante o lançamento de um mutirão de combate à dengue, realizado na manhã desta sexta-feira (24), no Centro de Artes e Esportes (CEU) do Parque Flamboyant, em Aparecida de Goiânia.
Segundo Caiado, quatro das mortes em investigação foram registradas em Goiânia. "Este ano já tem seis casos de óbitos que estão sendo avaliados no Lacen – Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros – para saber se foi em decorrência da dengue. Então veja bem, uma picada de mosquito, é possível uma picada de mosquito matar uma pessoa, tirar a vida de uma pessoa em 2025", declarou o governador.
Caiado, que também é médico, aproveitou para reforçar a importância da vacinação, que tem enfrentado baixa adesão em todo o País. "É preciso parar com essa bobagem de não querer vacinar. Gente, se não existisse vacina, não existiria mais o ser humano", enfatizou.
Sorotipo 3
O ressurgimento do sorotipo 3 da dengue (DENV-3) no Brasil após 17 anos acende um alerta para o agravamento de novos surtos da doença no país. A ausência de imunidade da população contra essa linhagem específica, aliada à continuidade da circulação dos sorotipos 1 e 2 (DENV-1 e DENV-2), cria um cenário propício para o aumento de casos graves e hospitalizações. Especialistas temem que a coexistência dos diferentes sorotipos amplifique os riscos de epidemias, já que a infecção por um sorotipo não protege contra os demais e pode aumentar a chance de manifestações graves ao contrair outro.
Em Goiás, a gravidade da situação é reforçada por registros recentes do DENV-3 em três cidades: Anápolis, Rio Verde e Goianira, conforme informado pelo secretário de Saúde do estado, Rasível Santos. A presença desse sorotipo em municípios estratégicos preocupa as autoridades, que intensificam ações de vigilância e combate ao mosquito Aedes aegypti.
Mutirão
O mutirão, que começou nesta sexta-feira (24/1) e seguirá até o próximo dia 31, une as prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia, com o apoio do Governo de Goiás. A iniciativa visa combater a dengue nos bairros situados na divisa entre as duas cidades, abrangendo cerca de 26 quilômetros de extensão.
A ação inclui serviços como remoção de lixo e entulho, limpeza de bueiros e bocas de lobo, roçagem de mato, tapa-buracos e medidas específicas para o controle do mosquito transmissor da doença. Além disso, agentes comunitários de saúde farão visitas domiciliares, orientando a população sobre como eliminar criadouros do mosquito e informando sobre os locais de atendimento médico.
Na capital, serviços adicionais serão oferecidos no sábado (25/1), como cadastramento no CadÚnico, vacinação, testagem de covid-19 e ISTs, consultas médicas e encaminhamento para vagas de emprego.
Dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (Foto: reprodução)Adriana Marinelli e Ludymila Siqueira
