A Redação
Goiânia - Embaixador de El Salvador no Brasil, Luis Alberto Aparicio Bermúdez visitou a sede da Polícia Penal de Goiás e o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na tarde desta sexta-feira (5/9). O objetivo da visita técnica do diplomata foi conhecer o sistema de segurança penitenciária e os projetos de reintegração social implantados pela PPGO nas unidades prisionais.
Luis Alberto foi recebido na sede pelo diretor-geral Josimar Pires. Os dois trocaram experiências sobre sistema penitenciário. “Goiás e El Salvador têm histórias semelhantes no combate recente aos eventos negativos nas prisões. Por isso, essa visita é importante”, revelou o diretor-geral.
El Salvador tem aproximadamente 80 mil presos no regime fechado, enquanto que Goiás tem pouco mais de 17 mil. Até 2019, a criminalidade dominava os presídios daquele país, da mesma forma que ocorria no Estado. “Uma das medidas que ajudou a controlar o nosso sistema prisional, além da rigidez nos procedimentos internos, foi a retirada dos celulares de dentro das cadeias. Antes, presos mandavam matar pessoas até mesmo nos Estados Unidos”, contou Luis Alberto.
Josimar Pires explicou que Goiás fez movimento semelhante, a partir da posse do governador Ronaldo Caiado, no governo do Estado, em 2019. “Dentre as diversas medidas adotadas, retiramos todos os celulares e armas das mãos dos presos nas unidades prisionais. Cortamos as comunicações e os laços das lideranças negativas com bandidos do lado de fora. Com isso, além do controle do cárcere, contribuímos para a redução da criminalidade nas ruas.”
Após deixar a sede, o embaixador seguiu para o Complexo Prisional Policial Penal Daniella Cruvinel, em Aparecida. Ele visitou a Penitenciária Coronel Odenir Guimarães, a maior unidade prisional de Goiás, a base do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) e a Seção Industrial.
No local, o diretor-geral da PPGO explicou que presos envolvidos com organizações criminosas são separados dos demais reeducandos. Eles são transferidos para os presídios especiais e estaduais, com segurança e controle ainda mais rígidos.
O embaixador contou que, assim como em Goiás, em El Salvador realiza trabalho semelhante. “O Cecot (Centro de Confinamento do Terrorismo) é destinado aos integrantes das pandillas (facções criminosas). Desde que os aprisionamos lá, o país passou a ter segurança de fato. Antes, El Salvador vivia sobre o controle desses criminosos.”
O último local visitado pelo diplomata foi a Seção Industrial, onde reeducandos da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães trabalham. “Presos não ligados a facções têm a oportunidade de trabalhar. Em El Salvador é da mesma forma. Os presos que estão fora das pandillas podem estudar e trabalhar na prisão”, revelou o embaixador.