A Redação
Goiânia - O projeto ''Viva o Centro'', criado pela vereadora Kátia (PT), contribiu oara restruturação do centro de Goiânia. O espaço que antes contava com um cenário de abandono e placas de “aluga-se”, hoje reúne mais de 400 atividades culturais, feiras e ações comunitárias.
A transformação mais visível ocorreu na Rua 8, onde bares e casas culturais passaram a se consolidar. O tradicional Zé Latinhas ganhou novos vizinhos, como o Liberté e outras distribuidoras, e até o carnaval voltou a encher as calçadas: em 2024, foram mais de 10 mil pessoas reunidas em um único evento.
O impacto positivo logo se espalhou. A poucos quarteirões dali, a Rua do Lazer ganhou fôlego com a abertura de novos bares, como o Central Rock, o Biras e o Seu Coutinho — este último com a marca do Quintal do Jajá, já conhecido no Mercado da 74 e na Rua 15. O chef Jú Marinho, do premiado Juá, também prepara a abertura do Fubanga Bar no local. Há ainda negociações para instalação de uma boate no antigo Cine Casablanca, reforçando o clima de retomada.
“Quando chegamos, a Rua do Lazer estava cercada de placas de aluguel e abandono. Hoje praticamente todas as salas já estão locadas. A cena cultural e gastronômica tomou conta do espaço”, afirma Kátia.
Patrimônio e identidade
Para a vereadora, moradora do Centro desde 2009, o movimento vai além da economia: é também resgate da memória afetiva da cidade. “Sou daquela geração que passeava com a mãe no Mercado e comemorava se fosse ganhar um sapato na Stars Chique. Sempre acreditei que o Centro guarda nossa identidade cultural e precisava ser revalorizado”, lembra.
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A Feira Cora Coralina, todos os sábados, é um exemplo de tradição retomada. Outro ponto é o Teatro Carlos Moreira, que se integra a essa nova dinâmica. Emenda parlamentar de autoria da vereadora também prevê atividades culturais promovidas pela UFG no Centro.
Embora o avanço seja visível, os desafios permanecem. Comerciantes e artistas ainda pedem melhorias básicas de zeladoria, iluminação, limpeza e segurança. “Trocar a grama e podar árvores, como a Prefeitura fez, ajuda, mas não é revitalização. É preciso um projeto consistente, com incentivos e manutenção permanente”, pontua Kátia.
Entre as propostas já encaminhadas pelo mandato, está a instalação de uma base da Guarda Civil Metropolitana na Rua do Lazer para reforçar a sensação de segurança e atrair mais público para a vida noturna do Centro.
Movimento irreversível
Para comerciantes, o movimento cultural já começa a impactar positivamente o caixa. Durante o Arraiá realizado em junho, até uma loja de celulares da região manteve as portas abertas no período noturno e registrou aumento nas vendas.
“Estou 100% convencida de que esse processo é um caminho sem volta. Os comerciantes estão acreditando, investindo e segurando a barra. Se o poder público fizer a sua parte, o Centro pode retomar o protagonismo de espaço vivo, seguro e cheio de história”, defende a vereadora.
Enquanto isso, o Viva o Centro segue mensalmente reunindo moradores, artistas e visitantes. E a cada edição reforça a ideia de que a requalificação do coração da capital não é um sonho distante, mas uma realidade em construção — nascida da mobilização popular e de um mandato que fez do bairro uma de suas principais bandeiras.