A Redação
Goiânia - Neste sábado (19), a partir das 19h, o Instituto Biapó, a Secretaria Municipal de Turismo de Goiás e a Catedral de Sant’Ana promovem, na Igreja de Santa Bárbara, na cidade de Goiás, a edição de julho do Goiás Cidade Estelar. Gratuitas, as sessões possibilitam a observação do céu com telescópio motorizado, com monitoria feita em parceria com o Planetário de Goiânia e o Clube de Astronomia Cecilia Payne, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A programação é realizada preferencialmente nos sábados de lua nova, quando o lado da lua voltado para a Terra não está iluminado pelo Sol, tornando-a quase invisível. O início desse ciclo lunar é um bom momento para observar o céu noturno, pois não há luz da lua para ofuscar outras estrelas e objetos celestes.
História do Planetário de Goiânia e do Clube de Astronomia
A história do Planetário Juan Bernardino Marques Barrio, o Planetário de Goiânia, começou no início da década de 1970, com um pedido feito pelo professor José Ubiratan de Moura — que na época lecionava a disciplina de Cosmografia para o curso de Geografia — de um equipamento chamado telúrio, um tipo de planetário, um modelo didático simples para colocar em cima de uma mesa. Porém, o pedido não foi compreendido pelos técnicos do governo federal e, como o Ministério da Educação (MEC) estava em negociação com o governo da Alemanha Oriental, Goiânia foi escolhida para receber um planetário.
A surpresa foi tamanha quando chegou o equipamento: um Planetário Zeiss Jena Spacemaster e um telescópio Zeiss Cassegrain de 150 milímetros de diâmetro e distância focal de 2.225 milímetros. Como ele não caberia na mesa do professor Ubiratan, a Universidade Federal de Goiás, por meio do reitor professor Farnesi Dias Maciel Neto, firmou um acordo com a Prefeitura de Goiânia, então comandada pelo prefeito Iris Rezende, para que construísse a sede do planetário, localizada no Parque Mutirama.
A inauguração ocorreu no dia 23 de outubro de 1970. Hoje, o local promove atividades educativas de extensão, com o auxílio de recursos técnicos audiovisuais em sua cúpula de 12,5 metros de diâmetro, e recebe orientação de professores mestres e doutores do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da UFG. O projetor Zeiss Spacemaster, situado ao centro da sala de projeções, é o mais antigo em funcionamento no Brasil e foi o terceiro a ser inaugurado no país.
Cecilia Payne (1900–1979), astrônoma e astrofísica britânico-americana, foi a primeira pessoa a demonstrar que as estrelas são compostas primariamente de hidrogênio, em 1925. Na época, acreditava-se que o Sol possuía uma composição similar à da Terra. Desconhecida e desvalorizada, como inúmeras outras cientistas mulheres, estudou química, física e botânica na Universidade de Cambridge, mas não recebeu diploma, já que essa certificação só passou a ser emitida para mulheres em 1948.
Ela também foi a segunda mulher a estudar no Harvard College Observatory, a primeira a obter um doutorado em astronomia e a primeira mulher a lecionar como professora na Universidade Harvard.
Criado em 2015, o Clube de Astronomia Amadora — que depois se transformou no Clube de Astronomia Cecilia Payne — leva esse nome em homenagem a uma das mentes brilhantes da ciência, que revolucionou a astronomia e inspirou gerações.
Serviço: Goiás Cidade Estelar
Data: 19 de julho
Horário: a partir das 19h
Local: Igreja de Santa Bárbara
Realização: Instituto Biapó, Secretaria Municipal de Turismo de Goiás e Catedral de Sant’Ana
Parceria: Clube de Astronomia Cecilia Payne, Planetário de Goiânia, UFG, Rádio Nova Fogaréu