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Transporte Coletivo

Motoristas de ônibus cobram reajuste e greve volta ao debate em Goiânia

Nova reunião está marcada para terça (10/6) | 07.06.25 - 08:00 Motoristas de ônibus cobram reajuste e greve volta ao debate em Goiânia transporte coletivo da Grande Goiânia (Foto: divulgação)Samuel Straioto

Goiânia A negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos de Goiânia (Sindcoletivo) e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) segue sem acordo. O que está em pauta é o reajuste salarial da categoria, cuja data-base venceu em 1º de março.
 
Mesmo após seis reuniões realizadas, os trabalhadores ainda não receberam nenhuma proposta formal, conforme apurado pela reportagem. A próxima tentativa de avanço está marcada para terça-feira (10/6), às 14h, na sede do SET, e a possibilidade de greve não está descartada, caso o impasse continue.
 
Negociação
As tratativas entre trabalhadores e empresários do transporte coletivo urbano em Goiânia e região metropolitana enfrentam impasses desde março. O presidente do Sindcoletivo, Carlos Alberto Luiz dos Santos, relatou que o processo deste ano está mais lento do que o registrado em 2024. “No ano passado, por esta época, já havia uma proposta, ainda que insuficiente. Em 2025, sequer tivemos uma formalização por parte do SET”, afirmou.

Até o momento, seis reuniões ocorreram entre os dois sindicatos. Outras cinco foram desmarcadas pelas empresas, segundo o Sindcoletivo. Para Carlos Alberto, essa postura compromete a confiança no processo e desrespeita a categoria. “Há promessas, mas nenhuma proposta concreta. É difícil compreender, sobretudo quando as empresas operam com subsídios públicos e ônibus renovados”, declarou.

Reivindicação
A categoria reivindica um reajuste salarial entre 8% e 9% e a melhoria nas condições de trabalho. Entre os pedidos, estão a redução da carga horária diária, menor tempo de intervalo para refeições e adequações nas salas de descanso utilizadas por motoristas e cobradores nos terminais.

O salário base de um motorista de ônibus em Goiânia gira em torno de R$ 3 mil, valor que teve reajuste de 7,5% no ano passado. O acréscimo foi homologado no Tribunal Regional do Trabalho e incluía também aumento no vale-alimentação.

Carlos Alberto argumenta que, mesmo com uma das passagens mais caras entre as capitais brasileiras, o piso da categoria é um dos mais baixos. “Estamos atrás de cidades como Brasília e São Paulo, onde os motoristas chegam a ganhar bem mais. Aqui, quem movimenta o sistema recebe o menor salário entre as grandes capitais.”

De acordo com o presidente do Sindcoletivo, a expectativa é que o SET leve, pela primeira vez, uma proposta oficial à mesa. Caso isso ocorra, uma assembleia será convocada para avaliação da categoria.

Caso contrário, o sindicato pretende levar a disputa para outras esferas. “Se não houver proposta, vamos procurar a Superintendência Regional do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e, se necessário, acionar o TRT para um dissídio de caráter econômico”, afirmou.

Embora a direção sindical adote um tom de cautela, Carlos Alberto afirma que o clima entre os trabalhadores é de insatisfação crescente. “A categoria nos cobra diariamente. Recebo ligações de motoristas dizendo que é hora de parar. Nós, diretores, estamos tentando evitar ao máximo esse cenário, mas o limite está próximo. O que não podemos mais aceitar é o silêncio das empresas.”

Contexto
Durante a pandemia, os motoristas mantiveram o transporte público funcionando em Goiânia, mesmo diante de riscos elevados.
Essa postura é constantemente lembrada pela categoria como argumento para o reconhecimento das condições de trabalho e valorização profissional.

 “Fomos linha de frente. Mantivemos o sistema rodando com ônibus cheios e sem parar. Esperamos agora respeito e dignidade”, disse Carlos Alberto.

Para o presidente, as melhorias recentes no sistema de transporte, como a chegada de ônibus elétricos, o avanço nas tecnologias de bilhetagem e o alto índice de subsídio público, deveriam ser acompanhadas por um reajuste justo aos trabalhadores.  “As empresas estão bem amparadas financeiramente. Recebem passagem antecipada, já com cartão ou débito direto. Não há justificativa para não apresentarem uma proposta ao trabalhador que mantém o sistema funcionando.”

Empresas
O SET, por meio de sua assessoria, informou apenas que a negociação está em curso e que não comentará os termos das conversas até que uma proposta oficial seja apresentada. A entidade confirmou a reunião do dia 10 de junho, mas não adiantou se haverá oferta formal por parte das empresas.
 


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