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Ação conta com brigadistas voluntários | 14.04.25 - 12:44
Brigadista na chapada (Foto: Vitor Saraiva/ICBMBio)A Redação
Goiânia – A queima prescrita, técnica controlada de manejo do fogo utilizada para reduzir o material combustível em áreas naturais, tem sido aplicada na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, como estratégia para prevenir incêndios de grande escala. Diferente das queimadas descontroladas, essa prática é planejada e monitorada por especialistas, considerando fatores climáticos e ecológicos para minimizar os impactos ambientais. No Cerrado, onde o fogo é um elemento natural, a queima prescrita tem se mostrado uma ferramenta essencial para a conservação do bioma e a proteção da biodiversidade.
Na Chapada dos Veadeiros — um dos principais refúgios naturais do Cerrado, reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco —, a técnica é aplicada dentro do escopo do Manejo Integrado do Fogo (MIF). Essa abordagem combina conhecimentos científicos, técnicos e tradicionais para prevenir incêndios florestais de forma sustentável. A regulamentação dessa estratégia foi estabelecida pela Lei nº 14.944, de 31 de julho de 2024, que define diretrizes para a prevenção e o combate ao fogo.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é responsável pela implementação da queima prescrita nas unidades de conservação da Chapada. "Embora nossa atuação seja voltada para áreas protegidas, promovemos ações educativas em escolas e comunidades próximas ao parque, conscientizando sobre a importância dessa técnica na prevenção de incêndios descontrolados", explica Pedro Paulo de Melo Cardoso, gerente do Fogo do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
O envolvimento da sociedade tem sido peça-chave na estratégia de combate ao fogo na Chapada. Segundo Lauro Jurgeaitis, presidente da Associação Veadeiros e brigadista voluntário há mais de duas décadas, a entidade se mobiliza sempre que possível, em parceria com a Associação de Empreendedores de São Jorge, para viabilizar ações e campanhas que garantam a atuação das brigadas voluntárias na região central da Chapada.
“Sou brigadista há mais de 20 anos. Quando comecei, nos anos 1990, as brigadas ainda não existiam como conhecemos hoje — muitas só passaram a ser formalmente registradas a partir de 2017”, lembra. “Naquela época, eu atuava numa área de 2 mil hectares ao redor do parque. Quando não há fogo dentro do parque, a equipe de lá nos apoia. Quando há, a prioridade passa a ser o combate interno”.
Diversas brigadas integram a linha de frente dessa rede. A Brigada Voluntária de São Jorge e a Rede Contra o Fogo atuam em Alto Paraíso de Goiás; a BRIVAC protege a fauna e a vegetação de Cavalcante; já a BVACS (Brigada Voluntária Ambiental de Colinas do Sul) tem papel decisivo no sul da Chapada.
A Brigada Voluntária Guardiões da Cafuringa, do Distrito Federal, também presta apoio à região em momentos críticos. Segundo Lauro, é o apoio da comunidade que torna possível uma resposta rápida e eficiente, especialmente durante o período de seca, quando o combate diário às queimadas se torna urgente.