A Redação
Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) indiciou, nesta terça-feira (25/3), os proprietários da clínica Karine Gouveia Estética (KGE), Karine Gouveia Silva e Paulo César Gonçalves, em Goiânia. Além deles, outras 13 pessoas estariam ligadas e teriam participado diretamente do esquema.
Segundo o documento, ao todo o casal responderá por oito crimes: formação de organização criminosa; falsificação de produtos terapêuticos; lesões corporais gravíssimas; exercício ilegal da medicina; estelionato, propaganda enganosa, falsidade ideológica e execução de serviço de alto grau de periculosidade.
Proprietários da clínica Karine Gouveia Estética são indiciados em Goiânia. (Foto: Reprodução)
O delegado responsável pela investigação, Daniel José de Oliveira, explicou que dezenas de outros inquéritos ainda serão abertos para apurar crimes de lesão corporal e lavagem de dinheiro contra outras vítimas. Isso porque, segundo a investigação, "pelo menos 6 mil pessoas realizaram procedimentos de preenchimento facial entre março de 2018 e março de 2019".
Nestes casos, o mais provável é que os pacientes tenham sido atendidos com óleo de silicone ou PMMA, substâncias proibidas e que podem causar deformidades permanentes, necroses, infecções graves e outras complicações de saúde.
A polícia orienta que clientes que fizeram esse tipo de procedimento na época devem procurar atendimento médico para realizar exames e conferir se não foram injetados com a substância indevida. Caso a irregularidade seja detectada, o cliente deve entrar em contato com a 4ª Delegacia Distrital de Goiânia, que conduz o inquérito.
Relembro o caso
A investigação da Polícia Civil começou em fevereiro de 2024 e desde então foram reunidas dezenas de denúncias. Pesam contra os investigados o fato de que a dona da clínica não possui formação na área da saúde. As duas unidades da clínica, em Goiânia e Anápolis, foram fechadas pela Vigilância Sanitária.
Entre as acusações da polícia estão formação de organização criminosa; falsificação de produtos terapêuticos; lesões corporais gravíssimas; exercício ilegal da medicina; estelionato e outros crimes relacionados à prática de procedimentos estéticos e cirúrgicos sem a devida qualificação técnica e autorização legal.
Segundo a PCGO, os investigados agiam de forma organizada e hierárquica, com a utilização de estratégias de marketing agressivas e a participação de profissionais sem a qualificação necessária para realizar os procedimentos oferecidos.