Michelle Rabelo
Goiânia - Com uma vasta experiência no setor industrial, André Luiz Baptista Lins Rocha tomou posse, nesta segunda-feira (24/2), como presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) - cargo que ele já vinha ocupando interinamente desde que Sandro Mabel se licenciou para disputar a corrida eleitoral pela Prefeitura de Goiânia. Em cerimônia no Teatro Sesi, na capital, o empresário adiantou que sua gestão será focada na educação profissionalizante, visto que o setor tem vivido "um verdadeiro apagão de mão de obra", o que impacta diretamente a competitividade das indústrias goianas.
À frente da Fieg pelos próximo dois anos, o biênio 2025-2026, André Rocha diz saber mensurar o papel da entidade na edificação da economia de Goiás "Estamos falando de um Estado com características ímpares, que tem crescido acima da média nacional - mesmo com empecilhos como a elevação dos juros reais, os efeitos da reforma tributária e os altos custos de produção. É muita responsabilidade assumir esta casa, mas esperamos manter a trajetória ascendente do setor", garantiu, admitindo que, antes de mais nada, é preciso olhar para a base e capacitar a mão de obra que atua desde as funções simples até as mais qualificadas.
Cerimônia de posse de André Rocha ocorreu no Teatro Sesi, em Goiânia. (Foto: Joabe Mendonça/A Redação)
Para isso, André já tem algumas alternativas. A principal delas é seguir apostando e ampliando a rede de ensino Sesi, que ele classifica como a mais relevante e robusta do Brasil. "Só esse ano já registramos mais de 11 mil matrículas. Nosso objetivo é chegar, até o final da década, a 15 mil alunos inscritos no processo de formação. Qualificando essas pessoas, melhoramos a produtividade de qualquer segmento. No mundo cada vez mais competitivo, a produtividade é um fator decisivo", defende, esclarecendo que a ideia é fazer tudo junto com o Congresso Nacional, em parceria com o governo federal.
Além disso, Rocha pretende finalizar três e construir outras cinco novas escolas, beneficiando a população de cidades como Mineiros, Goianésia e Senador Canedo. "Isso sem contar no investimento que estamos programando para o IEL [Instituto Euvaldo Lodi], peça importante quando o assunto é a melhoria tanto da gestão privada quanto da pública. Acabamos de firmar uma parceria, por exemplo, para formar, junto à Secretaria de Estado da Educação de Goiás, mais de 12 mil jovens que chegarão ao mercado prontos para incrementar qualquer rotina gerencial ou administrativa de uma forma ímpar", destacou, adiantando ainda que, nos próximos anos, a Fieg estará mais ligada às demandas do mercado, customizando cursos para atender as necessidades de cada região e expandindo a parceria com as prefeituras.
Goiânia
No que depender do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), a parceria entre a gestão local e a Fieg já está assinada. "O André foi um vice-presidente muito atuante, o que me dá tranquilidade em dizer que ele será um presidente muito melhor do que eu", brincou o chefe do Executivo municipal ao destacar que o próximo passo é buscar indústrias que invistam em Goiânia.
Prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB) prestigiou solenidade. (Foto: Joabe Mendonça/A Redação)
"Essa história de que nossa cidade ficou dormindo no processo de atrair fábricas e representantes de novos mercados acabou. A turma pode amarrar a calça porque nós vamos trabalhar forte pra trazer a industrialização para Goiânia", prometeu Mabel, garantindo, porém, que a cidade contará com um parque industrial sem poluição. A ideia é criar pequenos distritos empresariais, principalmente na região Noroeste, gerando negócios e ampliando a criação de empregos.
Goiás em outro patamar
Se Sandro Mabel prospecta os frutos de uma parceria ainda mais próxima com a Fieg, o governador Ronaldo Caiado (UB) já consegue até fazer um balanço do trabalho em conjunto. Segundo o chefe do Executivo estadual, a Federação contribui consideravelmente para que, em comparação com o resto do país, Goiás esteja em outro patamar. "Nosso PIB tem tido uma performance excelente. Em 2024 nós tivemos um crescimento de 4,1% , geramos 15 mil novos empregos e alcançamos 25 mil alunos na área da educação profissionalizante", afirma.
Governador Ronaldo Caiado (UB) falou sobre importânia da parceria com a Fieg. (Foto: Joabe Mendonça/A Redação)
Trajetória de liderança
André Rocha, empresário com formação em engenharia civil, acumula 17 anos como presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg) e do Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaçúcar). Além disso, ocupa cargos de destaque em entidades como o LIDE Centro-Oeste, o Sebrae Goiás e o Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Ele traz consigo uma carreira abalizada por conquistas e contribuições significativas para o setor industrial e energético. Foi presidente da Companhia Energética de Goiás (Celg) e da Celg G&T, além de ter liderado o Fórum Nacional Sucroenergético e a Câmara Setorial do Açúcar e Etanol. Sua atuação à frente dessas instituições reforça seu compromisso com o desenvolvimento econômico e a inovação no Estado de Goiás.
75 anos
Fundada em 1950, a Fieg completa 75 anos em dezembro como principal entidade representativa da indústria goiana. Ao longo de sua trajetória, foi presidida por nomes como Antônio Ferreira Pacheco, José Aquino Porto, Paulo Afonso Ferreira, Pedro Alves de Oliveira e Sandro Mabel. A posse de André Rocha representa um novo capítulo nessa história, com foco em fortalecer a indústria local e ampliar sua competitividade no cenário nacional e internacional.