Brasília - O governo de Israel suspendeu a libertação de mais de 600 prisioneiros palestinos prevista para esse sábado (22/2) como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que incluiu a libertação de seis reféns israelenses realizada pelo Hamas.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou neste domingo (23/2) que as cerimônias do Hamas para entrega dos reféns teriam violado o acordo com Israel. “À luz das repetidas violações do Hamas, incluindo as cerimônias que humilham nossos reféns e a exploração cínica de nossos reféns para fins de propaganda, foi decidido adiar a libertação de terroristas que estava planejada até que a libertação dos próximos reféns seja garantida, e sem as cerimônias humilhantes”, disse em comunicado.
As cerimônias de libertação dos reféns pelo Hamas têm irritado as autoridades de Tel Aviv. Nesse sábado (22/2), um dos reféns beijou um soldado da resistência palestina em incomum manifestação de afeto.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) condenou o atraso para libertação dos detidos palestinos, considerando uma violação do acordo de cessar-fogo.
“A alegação da ocupação de que ‘a cerimônia de entrega é humilhante’ é uma desculpa infundada e fraca, projetada para evitar o cumprimento dos termos do acordo. Esses protocolos cerimoniais não humilham os prisioneiros, mas refletem o tratamento humano e digno deles”, afirmou o grupo palestino, em nota.
O Hamas acrescentou que os detidos palestinos têm sido libertados com mãos amarradas e olhos vendados, enquanto suas famílias são ameaçadas de punição caso celebrem a chegada dos parentes. “Apelamos aos mediadores e à comunidade internacional para que assumam a responsabilidade e exerçam pressão sobre a ocupação para implementar o acordo e libertar os detidos sem mais delongas”, completou o Hamas.
O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza previa, entre outras medidas, a troca dos sequestrados israelenses no 7 de outubro por prisioneiros palestinos feitos por Israel. (Agência Brasil)