A Redação
Goiânia - A espera por atendimentos essenciais tem causado indignação entre pacientes internados no Cais Finsocial. Eles reclamam de falta de vagas para cirurgias, insumos básicos e escassez de medicamentos, além da ausência de profissionais para a realização de exames laboratoriais no local.
Reinaldo Caetano, de 48 anos, está internado desde o dia 12 de fevereiro aguardando cirurgia de vesícula. Segundo o paciente, a principal dificuldade enfrentada não é a espera, mas a falta de recursos para o tratamento adequado. "Estou aqui desde a semana passada. O problema é que não tem vaga para realizar a cirurgia e também não tem medicação. Nós, pacientes, temos que comprar remédios e pagar até exames por fora", afirma.
Daniel Tomé Júnior , de 47 anos , aguarda atendimento especializado há mais de uma semana. Ele sofreu um aneurisma que resultou em paralisia de um lado do corpo e está à espera de atendimento especializado com infectologista ou neurologista. Apesar do esforço da equipe de saúde, Daniel relatou uma situação ainda mais grave em relação aos insumos disponíveis na unidade.
"Estou aqui desde quinta-feira (13) aguardando vaga para infectologista ou neurologista. A equipe do Cais Finsocial é muito bacana, mas infelizmente não tem nem papel higiênico e nem esparadrapo. Eu tive que comprar papel higiênico. A equipe está fazendo o que pode para trabalhar. Ontem, só tinha dipirona, não tinha outro medicamento."
Geisa Afonso Damasceno, de 30 anos, também está internada devido à urgência de uma cirurgia de vesícula. Ela relatou que aguarda por uma cirurgia há mais de um ano e que seu quadro se agravou nos últimos dias, levando-a a uma internação de emergência. A falta de medicamentos foi outro ponto destacado por Geisa.
"Estou há mais de um ano esperando por cirurgia de vesícula, mas na última quarta-feira meu problema se intensificou, estou aqui esperando pela cirurgia de emergência. Só pude tomar dipirona, que era o único medicamento para dor que tinha no momento. Além de tudo, tive que arcar financeiramente com medicamentos para amenizar minhas dores. Isso é um descaso. Até o laboratório que tem aqui dentro do Cais do Finsocial estava fechado. Só consegui realizar o exame no período da noite, por volta das 21h, porque não tinha profissionais."
Secretaria Muncipal de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) respondeu em nota que a atual gestão recebeu a rede de saúde em calamidade estrutural, financeira e operacional. Segundo a pasta, está sendo realizado força-tarefa para mitigar o desabastecimento das unidades de saúde e estima que até o fim desta semana o fornecimento de medicamentos no Cais Finsocial seja normalizado.
A SMS informou que o serviço de limpeza das unidades de saúde é terceirizado e que acionou a empresa responsável solicitando o fornecimento imediato dos produtos de limpeza ao Cais.
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