A Redação
Goiânia - Com o intuito de assegurar a sanidade vegetal em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) realizou, na última semana, novas ações de fiscalização junto ao comércio ambulante de mudas, de modo a coibir a prática irregular, conscientizando a sociedade quanto ao risco da disseminação de pragas provenientes da aquisição desses materiais de propagação sem comprovação de procedência sanitária vegetal.
Entre os dias 8 e 16 de fevereiro, os fiscais estaduais agropecuários do órgão realizaram operações, em Goiânia e Anápolis, e apreenderam 5,85 toneladas de mudas que estavam sendo comercializadas de forma irregular em quatro caminhões em diferentes pontos destas cidades.
Foram monitorados locais em Anápolis, como o trevo entre as GO-330 e GO-437, a região do Daia e a BR-414, além de pontos movimentados de Goiânia, incluindo o Parque Areião, Avenida Ricardo Paranhos, Avenida Deputado Jamel Cecílio, saída para GO-020 e margens da BR-153 nas proximidades da Ceasa.
As apreensões foram realizadas no Jardim Eldorado, em Anápolis, e nos setores Village Casa Grande, Sítio de Recreio Mansões do Campus e Residencial Alphaville Flamboyant, em Goiânia. As fiscalizações tiveram apoio da Polícia Militar e todas as mudas apreendidas foram enviadas ao aterro sanitário e inutilizadas, conforme as normas sanitárias vigentes.
Proibição
A comercialização ambulante de sementes, mudas e demais partes propagativas de vegetais em Goiás é proibida desde 2011. De acordo com o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o objetivo da fiscalização vai além da simples proibição dessa prática que é ilegal, mas também tem caráter educativo, a fim de orientar comerciantes e a população em geral sobre os riscos das mudas sem inspeção estadual e federal.
“É uma ação essencial para proteger a economia goiana e atestar a sanidade vegetal no Estado. O comércio irregular de mudas representa um risco significativo para a agricultura, especialmente para a fruticultura, pois facilita a disseminação de pragas existentes e a introdução de novas pragas vindas de outros estados, acelerando sua propagação”, afirma.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agência, Daniela Rézio, explica que os impactos econômicos dessa prática vão além do prejuízo individual dos agricultores, que podem perder toda sua produção. “Algumas das mudas apreendidas possuíam lesões características de Cancro Cítrico, por exemplo, que é uma doença grave que ataca todas as variedades da citricultura brasileira. O avanço de pragas pode levar à imposição de barreiras fitossanitárias, dificultando a comercialização interna e a exportação de produtos agrícolas, prejudicando assim toda a cadeia produtiva”, acrescenta.
A gerente ressalta como exemplo a introdução do HLB/Greening no estado de Goiás. “Esse fato se deu provavelmente pelo comércio ambulante, de acordo com o levantamento realizado pela Agrodefesa, uma vez que chacareiros da região adquiriram mudas infestadas por psilídeos, inseto vetor dessa principal praga mundial da citricultura, contaminados pela bactéria”, pondera.
Denúncias
O gerente de Fiscalização Agropecuária da Agrodefesa, Janilson Júnior, reforça que algumas pessoas ainda desconhecem a importância da dimensão desse trabalho e destaca a necessidade do apoio de toda a população. “Nossas equipes técnicas de fiscalização volante estão sempre atentas ao trânsito e comercialização irregular, no entanto, é importante que a população se conscientize do potencial risco dessas mudas e nos ajudem, comprando apenas de viveiros registrados pelo Ministério da Agricultura e inspecionados por órgãos de defesa agropecuária e que denunciem o comércio ilegal”, pontua.
As denúncias do comércio ambulante ilegal de mudas podem ser feitas pelo telefone: 0800 646 1122. Além disso, a lista de viveiros credenciados em Goiás para venda de mudas certificadas está disponível no
site da Agência.
No caso de aquisição de mudas e demais materiais de propagação vegetal de outros Estados, o interessado deve preencher o formulário de Autorização para Aquisição de Mudas, disponível de
modo eletrônico no Sidago. Em caso de dúvidas, a população também pode procurar orientações em uma Unidade Operacional Local da Agrodefesa no município mais próximo.