João Unes e Samuel Straioto
Goiânia - A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) tem sido alvo de debates devido ao número de servidores comissionados. Enquanto opositores questionam o inchaço da máquina pública, o presidente da Casa, Bruno Peixoto (União Brasil), defende o modelo adotado, destacando a economia de R$ 400 milhões e comparando os gastos com Casas legislativas de outros Estados.
Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação nesta terça-feira (18/2), Peixoto apresentou dados para justificar a estratégia de manter um número maior de servidores com salários menores, em vez de reduzir o quadro e elevar os vencimentos, prática adotada, conforme pontua, em assembleias de outras unidades da Federação.
Peixoto explicou que a escolha pelo atual modelo de contratação é baseada na economicidade e na eficiência dos serviços prestados. "A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, os deputados e deputadas fizeram a opção de contratar um número maior de pessoas com salários menores. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por exemplo, optou por contratar um número menor de pessoas com salários bem maiores", completou. Ele ressaltou que a folha de pagamento da Alego representa apenas 25% do montante gasto pela Assembleia Legislativa de São Paulo, a título de comparação.
Além da comparação com São Paulo, Peixoto destacou que Goiás ocupa a nona posição nacional em despesas com pessoal. "A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás é o nono Estado do nosso país em relação a gastos com pessoal. Isso impacta teto, impacta índice, é a nona. Estamos semelhantes ao gasto do Distrito Federal. Os valores são próximos, há diferenças de 3% apenas no gasto com o pessoal", explicou o presidente à reportagem do jornal A Redação.
Ele reforçou que diversas assembleias estaduais adotam um modelo diferente, reduzindo o número de servidores, mas aumentando os salários pagos. "A grande maioria das Assembleias optou por ter um número menor de pessoas com salários bem maiores do que os salários pagos pela Assembleia do Estado de Goiás. Por isso que o nosso gasto com o pessoal está em nono no nosso país", acrescentou.
Economia e transparência
Peixoto destacou que a Alego já economizou R$ 400 milhões nos últimos anos por meio de medidas administrativas e cortes de gastos desnecessários. Além disso, a Assembleia recebeu o Selo Diamante em Qualidade e Transparência Pública do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), reforçando o compromisso da Casa com a prestação de contas e eficiência no uso dos recursos públicos.
"Temos o maior reconhecimento da população e dos profissionais, com sessões solenes que valorizam quem contribui para o crescimento e a modernização do nosso Estado", afirmou Peixoto.
A Alego tem investido na aproximação com a população, registrando um fluxo diário de mais de 3 mil visitantes. Entre as ações desenvolvidas para ampliar a transparência e modernizar os serviços, estão a transmissão do Campeonato Goiano de Futebol, a criação do aplicativo "Deputados Aqui", a Ouvidoria dos Idosos, a Procuradoria da Mulher e a Diretoria de Cultura.
Número de comissionados
Nos últimos anos, a Alego tem registrado aumento no número de comissionados. Em setembro de 2024, a Casa contava com 4.861 servidores nesse regime. Já em fevereiro de 2025, esse número ultrapassou 5 mil, superando a população de 42% dos municípios goianos.
Peixoto argumentou que a contratação de um maior número de servidores tem permitido que a Casa funcione com mais dinamismo e eficiência. "A Alego está aberta de segunda a domingo, das 6h às 22h. Temos uma estrutura que atende às necessidades da população e dá suporte às atividades legislativas", ressaltou.
Segundo ele, a presença ampliada de servidores tem contribuído para a execução de um maior número de projetos e serviços, beneficiando diretamente a população.
Concurso público e novos cargos
Para equilibrar a composição entre comissionados e efetivos, Peixoto anunciou a realização de concursos públicos entre 2025 e 2026, visando ampliar em 80% o número de servidores concursados. Além disso, recentemente, a Alego aprovou a criação de 170 novos cargos comissionados, com salários entre R$ 2,4 mil e R$ 14 mil, o que representa um impacto anual de R$ 15 milhões.
"Com o crescimento das atividades da Alego, foi necessário ampliar o quadro de servidores. A demanda por serviços legislativos aumentou e a estrutura da Casa precisava acompanhar essa evolução", justificou Peixoto.
A defesa de Bruno Peixoto quanto ao número de comissionados na Alego baseia-se na ideia de uma estrutura mais acessível e econômica, contrastando com outras assembleias estaduais que optam por uma quantidade menor de servidores com salários elevados.
O presidente da Casa reforça que a gestão tem buscado ampliar a eficiência do serviço público, equilibrando gastos e aumentando a transparência. Além disso, a economia de R$ 400 milhões e a conquista do Selo Diamante reforçam a eficiência da atual administração.