A Redação
Goiânia - "Com a atuação do Gabinete de Crise em Goiânia e a implementação do Painel Observatório, o Governo de Goiás avançou no enfrentamento do colapso da saúde pública da capital" - a afirmação é do titular da Secretaria Estadual de Saúde, Rasível Santos, que apresentou, ao lado do prefeito eleito, Sandro Mabel, o balanço do que tem sido feitos nas últimas semanas.
Segundo dados disponibilizados para a imprensa, nesta sexta-feira (20/12), nos primeiros 23 dias de funcionamento, o Gabinete, liderado pela SES, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e a comissão de transição de Mabel, garantiu o encaminhamento de 1.336 pacientes para internação em leitos hospitalares.
“A gente conseguiu ampliar os leitos, principalmente no Hospital Ruy Azeredo, que abriu 20 leitos de terapia intensiva, e reativamos os outros 47 leitos de UTI que eles já tinham no hospital. Também conseguimos, por meio de apoio do Hospital das Clínicas, abrir mais 16 leitos, 10 de UTI pediátrica e 6 de terapia intensiva adulto”, informou Rasível Santos.
A média de solicitações diárias de UTI foi reduzida de 24 para 5; enquanto a de enfermaria caiu de 174 para 78. Na maioria das vezes, os pedidos de leitos de UTI foram atendidos em menos de 24 horas. O grande destaque, porém, foi o anúncio da abertura de 80 novos leitos de UTI em três hospitais do estado, já nas próximas semanas. Além disso, segundo Mabel, Goiânia vai receber, já nos próximos dias, R$ 80 milhões entre recursos do Ministério da Saúde e valores provenientes de emendas parlamentares.
Ao lado de Mabel, Rasível Santos destacou que os resultados alcançados evidenciam a eficácia da organização e da cooperação entre as esferas estadual e municipal para otimizar o uso dos leitos, insumos e todos os recursos necessários. “Entramos com a organização, que é fundamental numa crise, porque a gente precisa saber o número de internações que tem naquela unidade, se realmente aquele paciente precisa se internar ou se estão pedindo internação pra ele porque não tem determinado tipo de medicamento ou procedimento que deveria ter numa UPA, Cais ou Ciams. Essa questão de organização é vital para que a gente saia da crise com o mínimo de consequências possíveis”, reforçou.
Atuação integrada
O prefeito eleito da capital, Sandro Mabel, também destacou a importância da atuação integrada, que foi reforçada ainda mais após o processo de intervenção do Estado na saúde municipal. O gestor pontuou diversas medidas que vêm sendo adotadas para mitigar os problemas, como a abertura de leitos, compra de medicamentos e até a liberação de emendas parlamentares. “Fizemos as ambulâncias que estavam paradas no Samu voltarem a rodar. Voltou o homecare, voltou a alimentação, a parte de limpeza, a Santa Casa está operando, as maternidades, a Fundahc está operando também”, enfatizou.
Mabel ainda pontuou a preocupação com a dengue em Goiânia e a possibilidade de superlotação na saúde municipal com a chegada do período de sazonalidade da doença. “Nós estamos vendo um aumento de casos e os criadouros estão soltos pela cidade inteira nos lixos que estão jogados nos terrenos baldios. Estamos tomando providências quanto a isso também”, disse. A reunião desta sexta-feira contou ainda com a presença do interventor da saúde municipal, o médico Márcio de Paula Leite, e do próximo secretário municipal de Saúde da capital, Luiz Pellizzer.
Painel Observatório
O Painel Observatório que foi idealizado e implementado por profissionais de diferentes áreas da SES está disponível
no portal da pasta. A ferramenta de gestão pioneira consolida informações sobre as unidades de saúde da capital em tempo real, incluindo dados de internações, medicamentos, regulação e transporte.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, o painel é essencial para a tomada de decisões rápidas e eficazes na prevenção de crises e superação de problemas no sistema de saúde. Além disso, promove transparência, permitindo que os profissionais de saúde acompanhem as ações desenvolvidas pela pasta. “Ele reúne de forma automatizada informações que, até então, estavam dispersas, tornando possível uma análise integrada e ágil para enfrentar os desafios que a saúde de Goiânia passa nesse momento,” destacou o secretário.