Michelle Rabelo
Goiânia - A Escola Superior de Advocacia de Goiás (ESA-GO) sediou, nesta quinta-feira (12/12), um debate sobre os reflexos da reforma tributária na realidade dos advogados. Um pouco antes da palestra dos juristas Tarcísio Araújo Kroetz, do Paraná, e Gustavo Henrique Vasconcelos Ventura, de Pernambuco, porém, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás (OAB-GO), Rafael Lara, voltou a criticar a proposta.
"A reforma tributária é ruim para a advocacia. Não há dúvida. E isso vale para todo o setor de prestação de serviço, que vai sofrer um impacto bastante significativo" disse Lara ao jornal A Redação. O jurista lembrou, no entanto, que ainda há uma série de fatores para serem detalhados. "De toda maneira, nós recebemos com pesar a notícia de que o Senado aprovou o principal projeto de regulamentação do tema", enfatizou, se referindo ao placar desta quinta-feira (12/12), de 49 votos favoráveis a 19 contra ao projeto.
Lara garantiu, contudo, que, em Goiás, a advocacia tributarista estará pronta para levar para o debate não só as críticas, mas também as oportunidades de trabalho para a área. "Estaremos firmes nos próximos anos, quiçá na próxima década, ao lado da sociedade para avaliarmos os reflexos do que está acontecendo agora", garantiu.
Rafael já havia defendido, em outra ocasião,
a necessidade de se criar, dentro da reforma tributária, mecanismos que possibilitem novas adequações para as entidades uniprofissionais (de representação profissional), a ser regulado por Lei Complementar, que desonere e viabilize a prestação de serviços por seus profissionais. "Não somos contra uma reforma tributária. Mas precisamos de transparência, debate, reflexão e adequação setorial", chegou a declarar na época.
Para o organizador do debate desta quinta-feira (12/12), na ESA-GO, o advogado Flávio Buonaduce, que preside o Instituto dos Advogados do Brasil em Goiás (IAGO) e acaba de ser eleito vice-presidente da Federação Nacional dos Institutos dos Advogados do Brasil (Fenia), não há como avaliar a reforma tributária. "Muita água vai rolar e seria prematuro tentar prever e avaliar o desfecho do imbróglio. O nosso papel, como juristas, porém, é clara: discutir o projeto e analisar as bases que já estão constituídas."