A Redação
Goiânia - A Secretaria de Estado da Saúde do Estado (SES-GO) e a Comissão de Transição do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, definiram um plano de fortalecimento para resolver a crise dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) da saúde municipal de Goiânia. A definição ocorreu durante reunião, na tarde desta segunda-feira (25/11), entre o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasível Santos; Sandro Mabel; o secretário municipal de saúde da capital, Wilson Pollara; o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO); e representantes do Hospital Ruy Azeredo.
O plano de fortalecimento garante o repasse mensal de R$ 2 milhões da SES-GO, a partir de janeiro, para o Fundo Municipal de Saúde de Goiânia, por 12 meses, garantindo a abertura de mais 20 leitos de UTI no Hospital Ruy Azeredo, totalizando o cofinanciamento de 47 leitos SUS conveniados em funcionamento na unidade privada. A expectativa é de que novos leitos também sejam abertos na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, garantindo a assistência adequada aos moradores da capital.
O titular da SES-GO destacou a importância da união de esforços entre os entes municipal e estadual para solucionar o problema. “Estamos vivendo uma crise sanitária que tem origem em uma crise de credibilidade, em que o secretário municipal não tem conseguido, pela deficiência de orçamento, arcar com o combinado feito com os hospitais. Por isso, chamamos o prefeito eleito Sandro Mabel, exatamente para reconstruir essa confiança dos prestadores”, esclareceu Rasível Santos.
O secretário de Estado da Saúde já havia se reunido com o prefeito eleito de Goiânia no domingo (24/11), para discutir soluções para a situação. A comissão de transição da capital também se comprometeu a acionar os diretores técnicos das unidades para verificar in loco a situação dos pacientes que aguardam leitos de UTI na rede de saúde municipal. “Três vezes por dia vão fazer atualização dos pacientes, da gravidade dos doentes em todas essas Upas e Cais, juntamente com os diretores técnicos, de forma que não durma de um dia para o outro nenhum paciente nessas unidades, até a gente conseguir uma vaga de terapia intensiva. Claro que essa questão vai ser feita de forma escalonada, mas é um compromisso que o prefeito fez com a área da saúde”, assinalou.
Medidas emergenciais
Sandro Mabel ressaltou que as medidas são emergenciais e que, com o apoio do Estado, o município irá arcar com os valores previstos para a abertura dos novos leitos de UTI. “Nós criamos essa força-tarefa de todos nós e aí o prestador quer saber: espera aí, o que vai entrar? Vai pagar a conta? Então, estou aqui, junto com o secretário da Fazenda, junto com a turma de transição da saúde, dizendo sim, nós vamos pagar a conta. […] Nós pedimos para que os hospitais pudessem fazer um preço especial. O estado se comprometeu a repassar esse dinheiro para ajudar e nós nos comprometemos a, imediatamente, assim que o dinheiro cair no caixa, repassarmos aos fornecedores”, garantiu.
Na última semana, o Ministério Público chegou a acionar a prefeitura de Goiânia devido à estagnação da ampliação de leitos municipais. O Estado entra como parceiro, uma vez que o município possui regulação própria e é responsável pela gestão dos leitos municipais e conveniados. A capital saiu de um total de 186 leitos de UTI Adulto em 2022 para 118, em 2024. A situação traz sobrecarga a rede estadual que atende, além de Goiânia, solicitações dos outros 245 municípios goianos.
O Governo de Goiás, por meio da SES-GO, em contrapartida, tem desenvolvido ações para ampliar a assistência à saúde em território goiano. Em cinco anos, o número de leitos teve um aumento significativo de 128%. Em 2018, o Estado possuía um total de 1.635 leitos de internação de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria, da rede própria e contratualizada. Em 2024, este número saltou para 3.738.