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Saúde

Dia Mundial do Diabetes: estudo revela disparidades no tratamento da doença

Taxa global dobrou entre 1990 e 2022 | 14.11.24 - 17:16 Dia Mundial do Diabetes: estudo revela disparidades no tratamento da doença 59% dos 800 milhões de adultos com diabetes no mundo não recebem tratamento (Foto: Congresso Estetika)
Luana Avelar 
 
Goiânia - A taxa global de diabetes mellitus (tipos 1 e 2) em adultos dobrou entre 1990 e 2022, passando de 7% para 14%. Contudo, mesmo com o aumento na prevalência da doença, cerca de 450 milhões de pessoas acima dos 30 anos permanecem sem tratamento adequado, segundo estudo publicado na revista The Lancet em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Este levantamento é o primeiro a analisar as tendências globais de diabetes e o acesso ao tratamento em escala mundial.
 
O estudo utilizou dados de mais de 140 milhões de pessoas, abrangendo diversas regiões e realidades socioeconômicas, e constatou que o aumento no número de casos foi mais elevado em regiões de baixa renda. No Paquistão, por exemplo, o índice de ocorrência entre mulheres saltou de 9% para 30,9%. No entanto, em países mais ricos, a taxa de diabetes manteve-se relativamente estável e, em alguns casos, até registrou pequenas quedas ao longo das três últimas décadas.
 
Além disso, a pesquisa indica que fatores como obesidade e alimentação inadequada têm um papel essencial no avanço do diabetes tipo 2. Áreas onde a obesidade se tornou predominante, especialmente entre 1990 e 2022, foram também aquelas onde o aumento na incidência de diabetes foi mais acentuado. A prevenção, segundo os dados, depende de mudanças nos padrões alimentares e de mais oportunidades para a prática de atividades físicas, especialmente em locais onde a doença é uma preocupação crescente.
 
O estudo também destaca que três em cada cinco pessoas com 30 anos ou mais diagnosticadas com diabetes não receberam medicação em 2022, com disparidades notáveis entre países. Em regiões de alta renda, como Europa Ocidental e algumas partes da Ásia e do Canadá, mais de 55% dos diabéticos recebem tratamento. Na Bélgica, as taxas de cobertura chegaram a 86% para mulheres e 77% para homens. Por outro lado, em países de baixa renda, como os da África Subsaariana, apenas entre 5% e 10% das pessoas com diabetes recebem o tratamento adequado, uma carência que amplia o risco de complicações graves.
 
A Índia lidera o ranking de pessoas não tratadas, com cerca de 133 milhões de diabéticos sem acesso a medicamentos, seguida pela China, com 78 milhões de casos. No Brasil, cerca de 22 milhões de pessoas vivem com diabetes, o que representa 2,7% do total global de casos. Entre 1990 e 2022, a incidência no país subiu de 7% para 14% em mulheres e de 5,9% para 11,7% em homens. Apesar das lacunas ainda presentes, o tratamento avançou: hoje, mais de 53% dos brasileiros diagnosticados recebem medicação, um avanço em relação aos índices de 1990, quando apenas 37% das mulheres e 27% dos homens eram tratados.
 
Os resultados reforçam a urgência de políticas mais abrangentes que promovam o acesso à prevenção e ao tratamento do diabetes, especialmente em regiões desfavorecidas, onde o impacto da doença é mais severo e o tratamento é menos acessível.
 
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